“A
MULHER ILEGAL” (“LA DONA IL-LEGAL”), 2021, Espanha, produção original Netflix,
1h59m, roteiro e direção de Ramon Térmens. Trata-se de um drama poderoso e
comovente cuja temática é a situação dos refugiados que chegam à região da
Catalunha buscando uma vida melhor do que aquela em que viviam em seus países
de origem ou fugindo de guerras e perseguições políticas. A história, inspirada em vários fatos reais, é centrada
no advogado ativista Fernando Vila (o ator argentino Daniel Faraldo),
especialista em cuidar dos imigrantes ilegais, a maioria deles confinada em Centros
de Internação de Estrangeiros (CIES) até que seus casos sejam julgados. Além
disso, Vila também colabora com a ONG “Braços Abertos”, entidade criada para ajudar
os refugiados. Em meio ao seu trabalho, o advogado recebe uma denúncia de que a
morte da imigrante kosovar Zita Kransniqi (Klaudia Dudová), uma interna do CIE,
não foi suicídio, como apareceu na versão oficial, e sim assassinato, pois ela teria testemunhado o espancamento e morte de um refugiado. Ao
investigar o caso, Vila descobrirá uma rede de prostituição de imigrantes que
atua na Catalunha, assim como o envolvimento de policiais e autoridades
políticas. Uma das prostitutas é a nigeriana Juliet Okoro (Yolanda Sey), que
ajudará o advogado a chegar aos responsáveis pelo esquema, incluindo o policial
Oriol Cadenas (Isak Ferriz) e o diretor de um CIE (Boris Ruiz). Além desse
desafio, que quase lhe custará a vida, Vila dedica grande parte de seu tempo à
esposa Rosa (Montse Germán), que sofre de um câncer em fase terminal. “A Mulher
Ilegal” é uma poderosa denúncia social, política e racista, além de um filme
envolvente e muito tocante. Uma das razões é o seu estilo quase documental, quando
explora as entrevistas feitas por Vila com os imigrantes em dificuldades. Aliás,
nos créditos finais, aparecem depoimentos de vários imigrantes que viveram essa
triste realidade. Enfim, um filmaço que não pode deixar de ser visto.
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