quinta-feira, 6 de maio de 2021

 

Representante oficial de Taiwan na disputa do Oscar 2021 de Melhor Filme Internacional (eu preferia quando era “Estrangeiro”), “A SUN” (“YANGGUANG PUZHAO”) é uma pequena joia meio escondida na plataforma Netflix. Com 2h36m, dirigido por Chung Mong-Hong, que também assina o roteiro com a colaboração de Yansheng Chang, o filme tem encantado a crítica especializada mundo afora, sendo considerado por alguns até mesmo melhor do que o sul-coreano “Parasita” (grande vencedor do Oscar 2020) e do que o japonês “Assunto de Família”. Como estes dois últimos, “A Sun” também é um drama familiar. Vamos à história. O instrutor de autoescola A-Wen (Chen Yi-Wen) e a cabeleireira Chin (Samantha Shu-Chin Ko) criaram seus dois filhos homens com muito sacrifício. O mais velho, A-Hao (Xu Guang-Whan), sempre foi o queridinho, aluno exemplar e muito educado, agora estudando para o vestibular de medicina. A-Ho (Wu Chien-Ho), o mais novo, sempre foi um adolescente problemático. Envolvido com uma turma de delinquentes, ele acaba preso depois de participar de um roubo e de uma agressão violenta. Durante o julgamento, o próprio pai pede ao juiz que lhe aplique uma pena dura. Dessa forma, A-Ho terá de cumprir um ano e meio de prisão em um reformatório juvenil. Todas as esperanças da família, então, voltam-se para A-Hao. Mas um trágico acontecimento envolvendo o rapaz desestruturará de vez a família. Mas o drama familiar não ficará só por aí. Uma menina de 15 anos aparece dizendo estar grávida do jovem preso. A-Wen e a esposa Chin terão de administrar tudo isso e muito mais, pois depois que A-Ho sai da cadeia, volta a se envolver em problemas. As tragédias da família parecem não ter fim, e não terão mesmo, pois ainda haverá uma reviravolta ainda mais infeliz no desfecho. O trabalho do elenco é sensacional, difícil destacar uma atuação específica. O roteiro e a fotografia também merecem um destaque especial. O filme estreou no Festival Internacional de Cinema de Toronto, depois foi exibido no Festival Internacional de Cinema de Tóquio e ainda foi o grande vencedor do Golden Horse Film Awards (o Oscar taiwanês), ao final do qual conquistou cinco estatuetas, inclusive a de Melhor Filme. Se o cinema de Taiwan já era respeitado no mundo inteiro pela produção de filmes como os consagrados “Comer Beber Viver”, “O Banquete de Casamento” e “O Tigre e o Dragão”, entre outros, “A Sun” chega para colocar a cereja por cima do bolo. Simplesmente um filme arrebatador, poderoso e, ao mesmo tempo, cativante. Sem dúvida, um dos melhores deste século. Cinema da melhor qualidade. IMPERDÍVEL com letras maiúsculas.         

        

 

       

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