“O DÉCIMO
HOMEM” (“EL REY DEL ONCE”). Quando foi lançado por aqui no circuito comercial, em
2016, não lembro a razão de não ter assistido a esta comédia dramática
argentina, escrita e dirigida pelo cineasta Daniel Burman, que já havia nos
presenteado com os excelentes “O Abraço Partido” e “Dois Irmãos”. Enfim, ele é
um dos diretores argentinos mais conceituados atualmente. “O Décimo Homem”, com
1h22m, é centrado no personagem Ariel (Alan Sabbagh), um economista
bem-sucedido em Nova Iorque que volta a Buenos Aires para visitar a família.
Seu pai, Usher (Usher Barilka), é o líder da comunidade judaica do bairro Once –
o título original é referência a ele. Aqui, a família de Usher administra uma loja
e uma instituição de caridade. Ariel não visitava Buenos Aires há alguns anos e
logo quando chega ao aeroporto recebe uma ligação do pai mandando ele comprar
um sapato com velcro para um jovem que está internado em um hospital. Ariel
percorre várias ruas comerciais para tentar comprar o tal sapato. Nessa
peregrinação, ele reencontra alguns locais que frequentava na infância e juventude.
Ariel chega finalmente à instituição de caridade e se vê diante de muito
trabalho, passando a ajudar na sua rotina. Ele logo se encanta com uma judia
ortodoxa que trabalha como voluntária, Eva (Julieta Zylberberg), que resolveu
adotar o silêncio em obediência a um ritual religioso. No tempo em que ficará na
capital argentina, Ariel, mesmo a contragosto, será obrigado a rever e
participar dos rituais judaicos - as partes mais engraçadas da história. Em um deles, ele completa o grupo de dez
pessoas que carregará o caixão de um comerciante judeu – daí o título nacional “O
Décimo Homem”. Ainda durante sua estada em Buenos Aires, Ariel terá a
oportunidade de relembrar um de seus sabores prediletos da infância: bolachas feitas por sua tia recheadas
com doce de leite. Gordinho, simpático e bonachão, o personagem de Ariel é o
grande trunfo desse ótimo filme argentino, um agradável entretenimento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário