“FUJA” (“RUN”),
2020, Estados Unidos, 1h39m, produção original Netflix, direção de Aneesh
Chaganty, que também assina o roteiro com a colaboração de Sev Chanian. É um
suspense de primeira, angustiante do começo ao fim. Começa no hospital, quando
Diane Sherman (Sarah Paulson) acaba de dar à luz um bebê prematuro que
dificilmente sobreviverá. O filme dá um salto de 17 anos. Aquele bebê é agora
uma jovem chamada Chloe Sherman (Kiera Allen), que vive enclausurada em casa
numa cadeira de rodas, recebendo todos os cuidados de Diane. Afinal, além da paralisia
da cintura para baixo, Chloe tem asma, arritmia, hemocromatose e diabetes. Diante
desse quadro infeliz, Diane se dedica integralmente à filha problemática, inclusive
educando-a em casa, já que proibiu que ela fosse para a escola. Um dia, porém,
a jovem fica desconfiada de um novo remédio que é obrigada a tomar e pergunta à
mãe para que serve. Diane dá uma resposta evasiva que faz Chloe acender uma
luzinha de alerta. Isso tudo acontece em poucos minutos de filme. Dali para a
frente, a menina passa a investigar o que está realmente acontecendo e, sem
querer, acha uns documentos muito reveladores sobre a mãe. O filme se transforma
num jogo sinistro, um verdadeiro embate físico e psicológico entre mãe e filha,
com sequências de tirar o fôlego. E olha que o filme quase inteiro é ambientado
num único cenário, ou seja, a casa em que vivem, além de algumas outras cenas
em um hospital. E com apenas dois personagens, a mãe e a filha, e mesmo assim o
ritmo do suspense é alucinante. Méritos ao diretor de origem indiana Annesh
Chaganty. Este é o seu segundo longa-metragem. O primeiro foi um outro suspense,
“Buscando...” (“Searching”), de 2018, muito elogiado pelo público e pela
crítica. É bom guardar o nome desse jovem diretor, de apenas 30 anos, que já
demonstra talento para se tornar um cineasta de destaque no mundo cinematográfico.
Também é preciso destacar o desempenho fantástico das duas atrizes principais,
especialmente a estreante Kiera Allen, que na vida real também é cadeirante.
Enfim, “Fuja” é um ótimo suspense, repleto de tensão, sufocante, espetacular.
Não perca!
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