quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

 

“VOVÓ SAIU DO ARMÁRIO” (“SALIR DEL ROPERO”), 2019, Espanha, produção original da Netflix, 1h34m, roteiro e direção da cineasta estreante Ángeles Reiné. Trata-se de uma comédia cuja temática principal é o amor lésbico na Terceira Idade e as reações das famílias respectivas, da sociedade e das autoridades religiosas, ainda numa Espanha que sempre tendeu pelo conservadorismo. O filme começa em Edimburgo, capital da Escócia, durante a comemoração do noivado da advogada espanhola Eva (Ingrid García-Jonsson) com Stuart MacDonald (Leander Vyvey), herdeiro de uma família milionária escocesa. Quando os preparativos para o casamento estão prestes a se iniciar, Eva recebe um telefonema surpreendente: sua avó Sofía (Verónica Forqué) vai casar com Célia (Rosa Maria Sarà), ambas na faixa dos 70 anos e amigas de longa data. As duas resolveram sair do “guarda-roupa”, termo que preferem ao invés de “armário”, que acham masculino demais. Eva fica chocada com a notícia, ainda mais pela repercussão negativa diante da família ultraconservadora do seu noivo. Eva decide viajar imediatamente de volta para a Espanha com o objetivo de impedir o casamento das duas. No vilarejo onde moram (as filmagens aconteceram na cidade de Lanzarote, Ilhas Canárias, proporcionando belíssimas imagens), a notícia correu como um verdadeiro tsunami, causando o maior escândalo. As duas idosas, porém, estavam decididas, ainda mais depois que Célia revela que conseguiu falar pelo telefone com o Papa “Paco” (Francisco), que, segundo ela, abençoou a união. Quando ela alardeou que falou com o Papa, todo mundo achou que ela estava ficando louca. Em meio à chegada tumultuada dos familiares das noivas idosas, as surpresas continuaram, como, por exemplo, o outro filho de Célia, que logo anunciou que havia se convertido ao islamismo. Além disso, Eva reencontra um antigo amor da juventude, Jorge (David Verdaguer), que vai balançar o coração da moça. A confusão está formada e assim vai até o desfecho, com sequências bastante hilariantes. O filme não é nenhuma Brastemp, mas é preciso relevar o fato de que foi realizado apenas para divertir, sem qualquer outra pretensão. Discordo, portanto, dos críticos que o atacaram em seus comentários, pois o filme é bastante engraçado e divertido, um ótimo entretenimento. Para concluir o comentário, uma notícia triste, que foi a morte da veterana atriz Rosa Maria Sardà, a Célia do filme, morta em decorrência de um câncer em junho de 2020. Ela nem chegou a ver o filme pronto.   

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