“VOVÓ
SAIU DO ARMÁRIO” (“SALIR DEL ROPERO”), 2019, Espanha, produção original da Netflix,
1h34m, roteiro e direção da cineasta estreante Ángeles Reiné. Trata-se de uma
comédia cuja temática principal é o amor lésbico na Terceira Idade e as reações
das famílias respectivas, da sociedade e das autoridades religiosas, ainda numa
Espanha que sempre tendeu pelo conservadorismo. O filme começa em Edimburgo,
capital da Escócia, durante a comemoração do noivado da advogada espanhola
Eva (Ingrid García-Jonsson) com Stuart MacDonald (Leander Vyvey), herdeiro de
uma família milionária escocesa. Quando os preparativos para o casamento estão
prestes a se iniciar, Eva recebe um telefonema surpreendente: sua avó Sofía
(Verónica Forqué) vai casar com Célia (Rosa Maria Sarà), ambas na faixa dos 70
anos e amigas de longa data. As duas resolveram sair do “guarda-roupa”, termo
que preferem ao invés de “armário”, que acham masculino demais. Eva fica
chocada com a notícia, ainda mais pela repercussão negativa diante da família
ultraconservadora do seu noivo. Eva decide viajar imediatamente de volta para a
Espanha com o objetivo de impedir o casamento das duas. No vilarejo onde moram
(as filmagens aconteceram na cidade de Lanzarote, Ilhas Canárias,
proporcionando belíssimas imagens), a notícia correu como um verdadeiro tsunami,
causando o maior escândalo. As duas idosas, porém, estavam decididas, ainda
mais depois que Célia revela que conseguiu falar pelo telefone com o Papa “Paco”
(Francisco), que, segundo ela, abençoou a união. Quando ela alardeou que falou
com o Papa, todo mundo achou que ela estava ficando louca. Em meio à chegada
tumultuada dos familiares das noivas idosas, as surpresas continuaram, como,
por exemplo, o outro filho de Célia, que logo anunciou que havia se convertido
ao islamismo. Além disso, Eva reencontra um antigo amor da juventude, Jorge (David Verdaguer), que vai balançar o coração da moça. A confusão está formada e
assim vai até o desfecho, com sequências bastante hilariantes. O filme não é
nenhuma Brastemp, mas é preciso relevar o fato de que foi realizado apenas
para divertir, sem qualquer outra pretensão. Discordo, portanto, dos críticos que o
atacaram em seus comentários, pois o filme é bastante engraçado e divertido, um
ótimo entretenimento. Para concluir o comentário, uma notícia triste, que foi a
morte da veterana atriz Rosa Maria Sardà, a Célia do filme, morta em
decorrência de um câncer em junho de 2020. Ela nem chegou a ver o filme pronto.
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