MOSUL, 2019, Estados Unidos,
1h41m, disponível na Netflix, roteiro e direção de Matthew Michael Carnahan. Antes
de iniciar o comentário propriamente dito, faço uma pequena introdução para explicar os fatos históricos que resultaram no filme. Mosul era a terceira maior
cidade do Iraque até ser invadida e tomada pelo Estado Islâmico em junho de
2014. Os guerrilheiros do EI assassinaram civis, estupraram mulheres e
assumiram o governo da cidade, elegendo-a sua capital em solo iraquiano. Durante
dois anos, o governo iraquiano tentou expulsar os terroristas, resultando numa verdadeira guerra civil, durante a qual morreu muita gente e Mosul ficou
praticamente destruída. Em outubro de 2016, o governo do Iraque, com o apoio de
soldados curdos e de uma coalização internacional, lançou uma grande ofensiva na
cidade, finalmente expulsando o exército do EI. O filme começa justamente nesse
momento. A história é centrada num esquadrão paramilitar intitulado “Swat de Nínive”
(antigo nome de Mosul), formado por cerca de dez soldados. Eles estão em Mosul
para uma missão especial, que só será revelada ao espectador no desfecho. O
grupo, comandado pelo Major Jasem (Suhail Dabbach), entra na cidade e ainda se
defronta com alguns retardatários do EI, resultando em ferozes combates. O
filme tem muita ação, suspense, tiros e muita violência. Mas tudo bem encenado
e realista. Tanto que alguns moradores sobreviventes viram o filme e afirmaram
que tudo aconteceu exatamente como é mostrado. Realmente, o filme é muito bom.
Embora tenha sido produzido pelos Estados Unidos, “Mosul” é totalmente falado
em árabe e somente com atores iraquianos. O filme marca a estreia de Matthew
Michael Carnahan como diretor. Para escrever o roteiro, ele se
baseou nos fatos descritos na reportagem “The Desperate Battle to Destroy ISIS”
(“A Batalha Desesperadora para Destruir o Estado Islâmico”), do jornalista Luke
Mogelson, publicada na Revista New Yorker.
Nenhum comentário:
Postar um comentário