“O
SILÊNCIO DA CIDADE BRANCA” (“EL SILENCIO DA LA CIUDAD BLANCA”), 2019, Espanha, 1h50m,
direção de Daniel Calparsoro. O roteiro, escrito por Roger Danès e
Alfred Pérez Fargas, foi adaptado do romance de Eva García Sáenz de Urturi, “El
Silencio de La Ciudad Blanca”, best seller de 2016. Trata-se de um suspense
psicológico cuja história é centrada na investigação da polícia para
identificar o serial killer que está matando suas vítimas com requintes de crueldade
na cidade de Vitoria, no País Basco. Primeiro, uma injeção paralisante, depois
a introdução de abelhas vivas pela boca. Um horror. Depois de mortas, as
vítimas, sempre em duplas – um homem e uma mulher – são expostas em locais
públicos, uma ao lado da outra, nuas, com as partes íntimas cobertas com um girassol.
O modus operandi lembra os assassinatos ocorridos há vinte anos pelo
serial killer chamado de “Assassino do Sono”, apelido de Tasio Ortiz Zárate
(Alex Brendemühl), que, por sinal, está prestes a sair da cadeia. Os
assassinatos atuais estão sendo investigados pelos policiais Unai López (Javier
López de Ayala) e Estíbaliz Ruiz (Aura Garrido), chefiados pela comissária Alba
Diaz (Belén Rueda). Não sei se foi uma decisão acertada dos roteiristas revelar
o assassino logo no começo do filme, o que descartou a expectativa para uma
surpresa no desfecho. Na minha opinião, este não é o único defeito do roteiro.
Há algumas subtramas mal desenvolvidas e fora do contexto da história. Posso
citar duas: o acidente que matou a esposa grávida do policial Unai e a aparição
do irmão problemático da sua parceira, sem contar no sexo casual entre o
detetive e sua chefe. Como já visto em “O Aviso”, outro filme dirigido por
Daniel Calparsoro, há uma certa dificuldade em entender o que está acontecendo.
Desde a menção à religião (Adão e Eva), à sociedade das abelhas e até ao fato do
serial killer preso ter um irmão gêmeo. Faltou uma explicação mais plausível
para essas situações, complicando o entendimento do espectador e prejudicando o
resultado final. Talvez o filme ficaria melhor se transformado numa minissérie,
já que “El Silencio de La Ciudad Blanc” pertence a uma trilogia com outros dois
livros escritos por Eva Garcia, “Los Ritos Del Água” e “Los Señores Del Tiempo”.
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