segunda-feira, 23 de novembro de 2020

 

“O SILÊNCIO DA CIDADE BRANCA” (“EL SILENCIO DA LA CIUDAD BLANCA”), 2019, Espanha, 1h50m, direção de Daniel Calparsoro. O roteiro, escrito por Roger Danès e Alfred Pérez Fargas, foi adaptado do romance de Eva García Sáenz de Urturi, “El Silencio de La Ciudad Blanca”, best seller de 2016. Trata-se de um suspense psicológico cuja história é centrada na investigação da polícia para identificar o serial killer que está matando suas vítimas com requintes de crueldade na cidade de Vitoria, no País Basco. Primeiro, uma injeção paralisante, depois a introdução de abelhas vivas pela boca. Um horror. Depois de mortas, as vítimas, sempre em duplas – um homem e uma mulher – são expostas em locais públicos, uma ao lado da outra, nuas, com as partes íntimas cobertas com um girassol. O modus operandi lembra os assassinatos ocorridos há vinte anos pelo serial killer chamado de “Assassino do Sono”, apelido de Tasio Ortiz Zárate (Alex Brendemühl), que, por sinal, está prestes a sair da cadeia. Os assassinatos atuais estão sendo investigados pelos policiais Unai López (Javier López de Ayala) e Estíbaliz Ruiz (Aura Garrido), chefiados pela comissária Alba Diaz (Belén Rueda). Não sei se foi uma decisão acertada dos roteiristas revelar o assassino logo no começo do filme, o que descartou a expectativa para uma surpresa no desfecho. Na minha opinião, este não é o único defeito do roteiro. Há algumas subtramas mal desenvolvidas e fora do contexto da história. Posso citar duas: o acidente que matou a esposa grávida do policial Unai e a aparição do irmão problemático da sua parceira, sem contar no sexo casual entre o detetive e sua chefe. Como já visto em “O Aviso”, outro filme dirigido por Daniel Calparsoro, há uma certa dificuldade em entender o que está acontecendo. Desde a menção à religião (Adão e Eva), à sociedade das abelhas e até ao fato do serial killer preso ter um irmão gêmeo. Faltou uma explicação mais plausível para essas situações, complicando o entendimento do espectador e prejudicando o resultado final. Talvez o filme ficaria melhor se transformado numa minissérie, já que “El Silencio de La Ciudad Blanc” pertence a uma trilogia com outros dois livros escritos por Eva Garcia, “Los Ritos Del Água” e “Los Señores Del Tiempo”.     

 

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