“INSPIRE,
EXPIRE” (“ANDID EDLILEGA”), 2018, coprodução Islândia/Suécia/Bélgica, 1h40m, primeiro
longa-metragem escrito e dirigido por Ísold Uggadóttir, mais conhecida como
diretora de curtas. “Inspire, Expire” é um drama triste, mas muito comovente,
que explora sentimentos como amor, amizade e solidariedade. O cenário é a
capital Reykjavic em pleno inverno, daqueles de bater os dentes. A trama é
centrada em Lára (Kristín Póra Haralsdóttir), ex-viciada em drogas e mãe
solteira do garoto Elder (Patrik Nökkvi Pétursson). Sem emprego e sem dinheiro,
o que a leva a fugir dos apartamentos para não pagar os aluguéis atrasados. Na
maioria das vezes, dorme com Elder em seu velho carro. Finalmente ela consegue
uma chance para trabalhar como fiscal no aeroporto internacional de Reykjavic.
Enquanto aprende a checar os passaportes de quem vai viajar, ela acaba
conhecendo Adja (Babetida Sadjo), que foi obrigada a sair de Guiné-Bissau para
não ser presa por causa de sua opção sexual – é lésbica. Adja não consegue
embarcar para o Canadá, como era seu desejo, porque estava com um passaporte
francês falso. Ela é detida e fica à disposição das autoridades islandesas,
correndo o risco de ser deportada de volta para o seu país. Os destinos de Lára
e Adja se cruzarão e, juntas, tentarão sobreviver ao sofrimento, à pobreza e às
dificuldades do cotidiano. Há sequências muito sensíveis e comoventes, como
aquela em que Adja conversa com Elder num abrigo de ônibus. O diálogo é
um primor. Embora ambientado num cenário gélido e inóspito, o filme consegue
aquecer os corações não só das personagens principais, como também dos
espectadores, que certamente irão se comover com o drama dessas duas mulheres. “Inspire,
Expire” emociona muito. Méritos para as protagonistas principais e também para a cineasta Ísold Uggadóttir, que, com toda
justiça, conquistou o prêmio de Melhor Direção no Festival de Sundance (EUA).
Imperdível!
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