“THE
SPY GONE NORTH” (“GONGJAK”), 2018, Coreia do Sul, 2h21m, roteiro e direção
de Yoon Jong-Bin. A tradução para o português seria algo como “O Espião foi
para o Norte”, mas mantive o título em inglês, como está no catálogo da Netflix.
Trata-se de um filme de espionagem com forte apelo político. A história é
baseada num caso real ocorrido nos anos 90 do século passado. O major
sul-coreano Park Seok-Yeong (Hwang Jung-Min) foi convocado pelo Serviço
Nacional de Inteligência para uma importante e arriscada missão: infiltrar-se
na Coreia do Norte com o objetivo de descobrir informações sobre o programa
nuclear do governo comunista do ditador Kim Jong II. A operação foi intitulada “Venus
Black”, também utilizado como codinome do espião. A estratégia começou em transformar Park em um empresário com muito
dinheiro para investir em negócios na Coreia do Norte. O primeiro passo foi fazer
contato com um importante dirigente do país vizinho em Pequim, Ri Myung-Woon (o
ótimo Lee Sung-Min, de “The Witness”), secretário do comércio exterior. Ao
ganhar a confiança de Ri, Park conseguiu chegar à capital comunista Pyongyang
como visitante ilustre e, como tal, ter uma audiência particular com o ditador
Kim Jong II (Gi Ju-Bong), num dos momentos mais marcantes do filme. Outra
sequência impactante refere-se à visita que Park faz à periferia da capital
norte-coreana, um cenário de miséria e descaso total, um povo que morre aos
poucos de fome – a cena de mortos empilhados nas calçadas é chocante. Além de
conseguir informações importantes sobre o programa nuclear da Coreia do Norte, Park
também terá surpresas desagradáveis com relação à corrupção do seu próprio
governo nas eleições anteriores e nas que se aproximam. “The Spy Gone North”
estreou no Festival de Cannes 2018, recebendo elogios de críticos e de público.
O filme é excelente, de muito impacto e tenso como todo bom filme de espionagem deve ser. Mais uma superprodução do excelente cinema sul-coreano. Imperdível!
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