sábado, 17 de outubro de 2020

 

“THE SPY GONE NORTH” (“GONGJAK”), 2018, Coreia do Sul, 2h21m, roteiro e direção de Yoon Jong-Bin. A tradução para o português seria algo como “O Espião foi para o Norte”, mas mantive o título em inglês, como está no catálogo da Netflix. Trata-se de um filme de espionagem com forte apelo político. A história é baseada num caso real ocorrido nos anos 90 do século passado. O major sul-coreano Park Seok-Yeong (Hwang Jung-Min) foi convocado pelo Serviço Nacional de Inteligência para uma importante e arriscada missão: infiltrar-se na Coreia do Norte com o objetivo de descobrir informações sobre o programa nuclear do governo comunista do ditador Kim Jong II. A operação foi intitulada “Venus Black”, também utilizado como codinome do espião. A estratégia começou em transformar Park em um empresário com muito dinheiro para investir em negócios na Coreia do Norte. O primeiro passo foi fazer contato com um importante dirigente do país vizinho em Pequim, Ri Myung-Woon (o ótimo Lee Sung-Min, de “The Witness”), secretário do comércio exterior. Ao ganhar a confiança de Ri, Park conseguiu chegar à capital comunista Pyongyang como visitante ilustre e, como tal, ter uma audiência particular com o ditador Kim Jong II (Gi Ju-Bong), num dos momentos mais marcantes do filme. Outra sequência impactante refere-se à visita que Park faz à periferia da capital norte-coreana, um cenário de miséria e descaso total, um povo que morre aos poucos de fome – a cena de mortos empilhados nas calçadas é chocante. Além de conseguir informações importantes sobre o programa nuclear da Coreia do Norte, Park também terá surpresas desagradáveis com relação à corrupção do seu próprio governo nas eleições anteriores e nas que se aproximam. “The Spy Gone North” estreou no Festival de Cannes 2018, recebendo elogios de críticos e de público. O filme é excelente, de muito impacto e tenso como todo bom filme de espionagem deve ser. Mais uma superprodução do excelente cinema sul-coreano. Imperdível!       

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