quarta-feira, 1 de julho de 2020


“SONI”, 2018, Índia, produção e distribuição Netflix, 1h37m, roteiro e direção de Ivan Ayr. O pano de fundo da história é a questão da violência sexual contra as mulheres no país de Mahatma Gandhi. Segundo especialistas da Thomson Reuters Foudation, a Índia é o país mais perigoso do mundo para as mulheres. Partindo desse contexto, o cineasta Iva Ayr resolveu explorar o assunto através do cotidiano de duas policiais da capital Nova Délhi. Kaldana Ummat (Saloni Batra) é a inspetora-chefe da Delegacia Especializada em Crimes Sexuais. Soni (a ótima Geetika Vidya Ohlyan) é sua subordinada. Temperamental, explosiva e com um pavio curtíssimo, Soni encara uma briga com marmanjos numa boa, e este seu comportamento só atrai problemas. Ela não suporta o tratamento que os homens dão às mulheres indianas. Ela vive revoltada com o machismo reinante e sai na porrada com o primeiro abusado que aparecer na frente. Com muita conversa, Kaldana tenta controlar os ímpetos de sua subordinada e é esta relação entre as duas que será explorada pelo roteiro. “Soni” foi premiado em vários festivais de cinema pelo mundo afora. Logo na sua estreia, na Seção “Horizons” do 75º Festival Internacional de Cinema de Veneza/2018, o filme foi aplaudido de pé, assim como aconteceu na Asía Pacific Screen Awards, Mami Film Festival, BFI London Filme Festival e Pingyao International Film Festival (China), onde ganhou o Prêmio de Melhor Filme. Sem dúvida, o filme é muito bom, um retrato bem atual do machismo vigente na Índia. E com uma enorme vantagem: não tem aquelas cenas de cantorias e coreografias chatérrimas que costumam inundar as produções comerciais de Bollywood.    

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