“ADÚ”, 2020, Espanha, distribuição dfa Netflix (estreou no dia 30 de junho de 2020), 1h49m, com roteiro
de Alejandro Hernandes e direção de Salvador Calvo. O pano de fundo é a questão
dos imigrantes africanos que querem fugir de seus países para tentar uma vida
melhor na Europa, a matança indiscriminada de animais na África e a violência
policial nas fronteiras. O roteiro transcorre em três frentes. A principal
delas no Congo, envolvendo Adú (Moustapha Oumarou), um garoto de seis anos que,
ao lado da irmã, testemunha um crime num parque de preservação animal. Adú e a
irmã ficam com medo de represálias e resolvem fugir, iniciando uma grande
aventura. A segunda frente diz respeito a três policiais de fronteira que atuam
no extremo norte da África, acusados de praticar atos violentos contra refugiados
que tentavam atravessar o Estreito de Gibraltar. E, por fim, o roteiro destaca
o difícil trabalho de Gonzalo (Luis Tosar), que preside uma Ong que luta pela
sobrevivência dos elefantes na África. Como se não bastasse, ainda recebe a
visita da filha Sandra (a ótima Anna Castillo), uma jovem rebelde e irresponsável.
Das três histórias, a que é melhor desenvolvida é, sem dúvida, a do garoto Adú.
Por terra, pelo mar e até pelo ar, o menino enfrentará muitos desafios, que
tentará superar ao lado da irmã e de outro refugiado e novo amigo de andanças, o
somaliano Massar (Adam Nourou). “Adú” é muito realista e impactante, mostrando
a triste realidade que assola a África, num cenário de muita pobreza e
desesperança. Um filme que, apesar do contexto dramático, consegue ao mesmo
tempo ser bastante sensível e comovente. Em seu primeiro longa-metragem como
diretor, Salvador Calvo acertou em cheio. E que descoberta ele fez ao encontrar
o garoto Moustapha Oumarou para representar Adú. Ele é a alma do filme.
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