“UM ROMANCE NAS ENTRELINHAS” (“VITA
& VIRGINIA”), 2018, Irlanda, 1h50m, segundo longa-metragem
dirigido pela jovem cineasta inglesa Chanya Button, de 33 anos. O roteiro foi
escrito pela atriz, romancista e dramaturga Eileen Atkins, autora do livro “Vita
& Virginia” e da peça teatral do mesmo nome. A história é inspirada num
acontecimento ocorrido no início dos anos 20 do século passado, ou seja, o
escandaloso romance entre a já consagrada escritora inglesa Virginia Woolf (Elizabeth
Debicki) e a aristocrata Vita Sackville (Gemma Arterton), também escritora e
grande admiradora de Virginia. Ambas eram casadas, Virginia com Leonard Woolf,
editor e dono de uma gráfica. Vita era casada com sir Harold Nicolson (Rupert
Penay-Jones), um dos diplomatas mais importantes do governo inglês. Na verdade,
Vita tinha um casamento de fachada, já que Nicolson era homossexual. O romance
entre as duas mulheres começa com o assédio de Vita. Virginia, de início, acha
que Vita é apenas uma fã ardorosa, mas logo percebe que se trata de uma paixão de verdade.
O roteiro do filme destaca a troca de cartas e poemas entre as amantes, lidas
pelas próprias protagonistas em frente da câmera. São momentos de tédio para o
espectador. Além disso, os diálogos são de um inglês empolado, extremamente pomposo,
que chega a incomodar. Não que prejudiquem o filme, mas que são entediantes,
são sim. Vale lembrar que Vita serviu de inspiração para Virginia criar o personagem
principal do livro “Orlando: Uma Biografia”, considerado o maior clássico da
literatura feminista do Século XX. Devo destacar como trunfos do filme a
primorosa ambientação de época, principalmente com relação aos figurinos e
cenários, e a fotografia, além da competente atuação de Gemma Arterton e Elizabeth Debicki,
duas ótimas atrizes. Outro destaque do elenco é a participação de Isabella
Rossellini como a baronesa Sackville, mãe de Vita. Enfim, não é um filme para o
público em geral, só para aqueles que curtem literatura e são fãs de Virginia
Woolf.
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