“A NATUREZA DO TEMPO” (“EN ATTENDANT
LES HIROLDELLES”), 2018, coprodução França/Argélia, 1h55m, primeiro
longa-metragem escrito e dirigido pelo cineasta argelino Karim Moussaoui. São
três histórias dentro do filme. Na primeira, Mourad (Mohamed Djouhri), um
investidor do ramo imobiliário, enfrenta problemas com o filho, que pretende
abandonar a faculdade de medicina perto da formatura. Na segunda, o jovem Djalil
(Mehdi Ramdani) é contratado como motorista para levar Aicha (Hania Amar) e
seus pais à cidade do noivo para os preparativos do casamento. Na terceira e
última história, um médico neurologista (Hassan Kachach) é procurado por uma
mulher que o acusa de tê-la estuprado. No meio de cada história, o roteiro
inventa várias situações envolvendo os personagens, o que de certa forma
consegue tornar o filme um pouco mais dinâmico. Uma boa sacada do roteiro é
promover o encontro casual de personagens de uma história e das outras perto do
desfecho. Ao fim da terceira história, a do médico acusado de estupro, aparece
um homem misterioso cuja identidade não é revelada. Sua aparição cai no vazio , deixando o espectador com cara de Ué? No geral, o filme é lento demais, entediante, mas interessante sob o
ponto de vista do cotidiano da sociedade argelina. Os cenários são áridos, o
vento levantando areia para todos os lados, e as ruas são mostradas com ruínas
que parecem resultado de alguma guerra. Cenários de total desolação. “A
Natureza do Tempo” concorreu a melhor filme na Mostra “Um Certain Regard” do
Festival de Cannes. Indicado somente para cinéfilos ou espectadores
interessados em conhecer os bastidores da vida na Argélia.
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