“UM LINDO DIA NA VIZINHANÇA” (”A
BEAUTIFUL DAY IN THE NEIGHBORHOOD”), 2019, EUA, direção de Marielle
Heller e roteiro escrito por Micah Fitzerman-Blue e Noah Harpster. Sabe aqueles
filmes bonitinhos e inocentes da Disney feitos para exibição numa sessão da tarde com a família
reunida, suco e pipoca? Não achei uma introdução melhor para definir meu sentimento com relação
a “Um Lindo Dia na Vizinhança”. A história relembra um fato acontecido em 1998.
O jornalista investigativo Tom Junod foi encarregado pela Revista Esquire de escrever
um perfil de Fred Rogers, apresentador do programa infanto-juvenil "Mister Rogers' Neighborhood", de grande audiência na TV dos EUA desde a década de 60. Para escrever o roteiro, Micah e Noah se basearam no próprio artigo de Tom Junod e no livro biográfico escrito por Rogers. No filme, o jornalista recebeu o nome de Lloyd
Vogel (Matthew Rhys) e Fred Rogers é interpretado por Tom Hanks. Na verdade, embora
o pano de fundo seja Rogers, o personagem principal é o jornalista, casado com
Andrea Vogel (Susan Kelechi Watson), com quem tem um filho, e seus problemas com
o pai Jerry Vogel (Chris Cooper, ótimo como sempre), a quem acusa de ser,
indiretamente, responsável pela morte da mãe. Enfim, Tom Hanks é o coadjuvante
da história, sendo indicado como tal para disputar o Oscar 2020, tendo perdido
para Brad Pitt. O filme tem um tom pedagógico e educativo, mensagens positivas - "o mundo é colorido" e outras banalidades -, parecendo mais uma
sessão de terapia em grupo para crianças e adolescentes. Um blá-blá-blá
entediante, com lições de moral que mais parecem um programa de autoajuda. Nem
o carisma de Tom Hanks consegue salvar “Um Lindo Dia na Vizinhança”, bobinho
como o próprio título. No Brasil, o filme, já lançado no circuito comercial, foi exibido pela primeira vez durante a programação do 21º Festival Internacional de Cinema do Rio de Janeiro, em dezembro de 2019. Em seus comentários, os críticos profissionais, em geral, tentaram amenizar a chatice do filme, talvez em respeito a Tom Hanks. Mas o filme é chato mesmo.
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