“A CAMAREIRA” (“LA CAMARISTA”), 2019,
México, 1h42m, estreia no roteiro e direção da atriz Lila Avilés. O filme foi
selecionado para representar o México na disputa do Oscar 2020 de Melhor Filme
Estrangeiro (o México ganhou no ano passado por “Roma”, de Alfonso Cuarón). “A
Camareira” é um filme simples, intimista, mas muito sensível. Utiliza apenas um
personagem principal e outros dois ou três coadjuvantes, tem poucos diálogos e o
cenário é único: o interior de um hotel de luxo na cidade do México. Mesmo
assim, em nenhum momento torna-se entediante. A história acompanha o cotidiano
de trabalho de Eve (Gabriela Cartol, ótima), camareira dos apartamentos vips do
21º andar. O tempo inteiro, ela aparece arrumando lençóis, travesseiros, limpando
os banheiros e a sujeira deixada pelos hóspedes. Mostra Eve tomando conta do bebê
de uma cliente argentina (Agustina Quinci), auxiliando um senhor judeu ortodoxo
a apertar os botões do elevador no sabá, além de suas conversas, na hora
de descanso, com a colega Minitoy (Teresa Sánchez). Eve é mãe solteira e trabalha
duro para sustentar seu filho e pagar uma babá. Ela quer melhorar de vida e,
por isso, participa de um programa de educação para adultos promovido para os
empregados do hotel. Suas jornadas de trabalho, recheadas de plantões extras, a
afastam vários dias do seu filho, deixando-a frustrada e triste. Enfim, a história
toda gira em torno de Eve, que aparece em cena a cada segundo de projeção. Ou
seja, leva o filme nas costas, realizando um excelente desempenho, o que lhe
valeu uma indicação ao Prêmio Ariel (o Oscar mexicano concedido pela Academia Mexicana de Artes e Ciências Cinematográficas) de Melhor Atriz. “A Camareira”
ganhou o Prêmio Ariel como Melhor Filme de Estreia. Resumo da ópera: o filme é
muito bom, bastante sensível e agradável de assistir.
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