“MUDO” (“Mute”), 2018,
co-produção Inglaterra/Alemanha, estreou na Netflix no dia 23 de fevereiro de
2018, duração de 2h6m, direção de Duncan Jones, que também assina o roteiro com
a colaboração de Michael Robert. Numa Berlim futurista (o ano é 2056), o bartender
Leo Beiler (o ator sueco Alexander Skarsgard, filho do também ator Stellan
Skarsgard, apaixona-se por Naadirah (a atriz alemã Seyneb Saleh), garçonete do mesmo night-clube, por sinal bastante luxuoso. Leo é o mudo do título. Quando criança, sofreu
um acidente e machucou o pescoço. Seus pais, seguidores do grupo religioso Amish, não
permitiram a operação que deveria ter sido feita e Leo ficou sem falar. Ou seja, o
ator entra mudo e sai calado, a não ser bem no final, que não revelo para não estragar
a surpresa. No auge da paixão do casal, Naadirah some misteriosamente e Leo
fica desesperado, procurando a namorada pelos antros do submundo de Berlim. Os
cenários futuristas da capital alemã lembram muito “Blade Runner – O Caçador de
Androides” e “Os 12 Macados”, além de outros filmes menos cotados. A
ambientação é noir, os carros trafegam via aérea – não estacionam,
pousam -, muita luz neon, figuras exóticas e andrógenas – homossexuais a dar
com pau (ops!) -, além da mais avançada tecnologia visual. Entre os principais
suspeitos de terem algo com o desaparecimento de Naadirah estão Cactus Bill
(Paul Rudd, de "O Homem Formiga"), um médico que desertou da base norte-americana, seu amigo pervertido
sexual Duck (Justin Theroux, ex-marido de Jennifer Aniston), Maksim (Gubert
Owuer), empresário ligado à prostituição e o travesti Luba (Robert Sheelan). Leo vai atrás de cada um tentando
descobrir o paradeiro da namorada e quem é o culpado de tudo. Aí a violência rola solta. Embora muitos críticos tenham detestado o filme, eu o achei bastante
interessante e assistível. O cineasta Duncan Jones, filho do astro David Bowie,
já tinha realizado três bons filmes de ficção: “Lunar” (2009), “Warcraft: O
Primeiro Encontro de Dois Mundos” (2016) e “Contra o Tempo”, este último o
melhor deles. "Mudo" fica no meio termo, entre o razoável e o bom.
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