“MUSEU”
(“MUSEO”), 2018, México, 2h06m, segundo longa-metragem escrito e
dirigido por Alonso Ruizpalacios. A história é baseada num fato real ocorrido
em dezembro de 1985 na Cidade do México, ou seja, o roubo de 140 peças
pré-hispânicas de alto valor histórico do Museu Nacional de Antropologia. O filme
acompanha a façanha dos dois ladrões, os estudantes de Veterinária Juan Núñez
(Gael García Bernal) e Benjamin Wilson (Leonardo Ortizgris), desde o início do
planejamento do roubo, sua execução e depois as tentativas frustradas de vender
as peças. No início do filme, a frase “Esta é uma réplica da história original”
dá o tom de sátira ao que assistiremos. Embora baseado em fatos reais, o
diretor Ruizpalacios trata tudo o que aconteceu com bastante humor, aliviando a
carga dramática que poderia se esperar de um acontecimento sério que despertou
a revolta de toda a população mexicana. Só para se ter uma ideia do tipo de
humor utilizado por Ruizpalacios, numa cena em que Juan e Benjamin são parados
na estrada, um dos policiais olha para Juan/Gael García Bernal e pergunta se
ele é o famoso ator e pede um autógrafo. Aliás, por falar em Gael García
Bernal, o ator está bastante à vontade no papel. Embora não goste muito dele,
tenho de concordar que ele está ótimo. “Museu” estreou no 68º Festival
Internacional de Cinema de Berlim, em fevereiro de 2018, conquistando o Prêmio
de Melhor Roteiro. Por aqui, fez parte da programação oficial da 42ª Mostra
Internacional de Cinema de São Paulo. “Museu” é mais uma prova da excelente fase
do cinema mexicano, que na disputa dos últimos cinco Oscars de Melhor Diretor,
venceu quatro, dois para Alejandro G. Iñarritu, um para Guillermo Del Toro e
mais um para Alfonso Cuáron, sem falar no Oscar 2019 de Melhor Filme
Estrangeiro conquistado por “Roma”.
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