“SANGUE
FRANCÊS” (“UN FRANÇAIS”), 2016, França, 1h38, segundo
longa-metragem escrito e dirigido por Diastème (nome artístico de Patrick Asté).
A história, baseada em fatos reais, começa em 1992, quando um grupo de neonazistas
e skinheads passa as noites em Paris agredindo árabes, negros, comunistas e
homossexuais. A violência das cenas é bastante realista. Marco (Alban Lenoir, excelente
ator) é um desses neonazistas no qual toda a história é centrada. Marco e os
amigos defendem os ideais do partido de extrema-direita Front National, cuja
principal bandeira é o ódio aos imigrantes, negros e outras minorias. O
nacionalismo exacerbado e radical é mostrado não apenas nas reuniões dos
neonazistas, como nos encontros sociais de uma parte da elite francesa, onde se
canta a “La Marseillaise” após terem assistido a vídeos do político ultradireitista
Jean-Marie Le Pen discursando em público. O fanatismo desse pessoal é tão forte
que durante a final do mundo de 1998, em que a França derrotou o Brasil, alguns
se negaram a comemorar simplesmente porque um árabe (Zidane) fez dois gols. O
filme acompanha a trajetória de Marco como um jovem que, com o passar do tempo,
amadurece e tenta seguir sua vida adiante sem a estigma de ter sido um
neonazista fichado na polícia. O filme é excelente. Pena que não chegou a ser
exibido por aqui no circuito comercial. Teve apenas uma exibição durante o Festival
Internacional de Cinema do Rio de Janeiro em 2015. Obrigatório para quem curte
cinema de qualidade.
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