"LÍDA BAAROVÁ", 2016, coprodução Eslováquia/República Tcheca, 1h46,
direção de Filip Renc. O drama biográfico conta uma história pouco conhecida
por nós, a da atriz tcheca Lída Baarová (1914-2000), famosa nos anos 30 não
apenas por atuar em filmes de sucesso, mas também por ter sido amante do
figurão nazista Joseph Goebbels, Ministro das Comunicações de Hitler e um dos
idealizadores do Holocausto. Lída Baarová
(na verdade o nome artístico de Ludmila Babková) saiu de Praga (Tchecoslováquia)
ainda jovem para tentar a sorte no cinema alemão, mais especificamente nos
estúdios de Babelsberg (Berlim), então considerada a Hollywood europeia. Lída (Tatiana
Pauhofová) não demorou a conquistar fama principalmente depois de contracenar
filmes românticos com o maior galã alemão da época, Gustav Fröhich (Gedeon
Burkahard), com o qual casaria logo depois. A beleza da atriz tcheca
impressionou Goebbels, que passou a assediá-la de forma acintosa, mesmo depois
dela ter-se casado com Gustav. O poder e a inteligência de Goebbels acabaram por
fascinar a jovem atriz tcheca, independente do nazista ser casado e ter vários filhos.
O caso virou um escândalo nos jornais e Hitler foi obrigado a intervir, pelo
bem do nazismo e da família alemã. Ao fim da Segunda Guerra Mundial, Lída foi considerada
traidora, acabou presa e condenada à morte, o que não aconteceu graças à
interferência do seu pai, amigo de um líder comunista. Lída continuaria a atuar
em filmes na Espanha e na Itália, dedicando-se posteriormente ao teatro. Resumo
da ópera: o filme “Lída Baarová” é excelente, apresenta atuações soberbas da
atriz tcheca Tatiana Pauhofová e do ator austríaco Karl Markovics como Goebbels,
além do excelente roteiro e da primorosa ambientação de época – cenários e
figurinos. Eu concluo dizendo que é uma verdadeira obra-prima do cinema europeu,
à disposição na programação da Netflix. Não deixe de assistir!
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