domingo, 2 de setembro de 2018



“TEMPESTADE DE AREIA” (“SUFAT CHOL”), 2016, Israel, é um drama ambientado num vilarejo de beduínos muçulmanos ao sul de Israel. Ali vive uma comunidade árabe das mais retrógradas e machistas. A história é centrada em Jalila (Ruba Blal), uma mulher forte, batalhadora e autoritária, mãe de quatro meninas, a mais velha Layla (Lamis Ammar). O filme começa e lá está Jalila organizando a festa de casamento do seu marido Suliman (Hitham Omari) com uma segunda esposa, muito mais jovem. Não bastasse esse tipo de humilhação, Jalila descobre que Layla gosta de um jovem palestino e fará de tudo para impedir esse namoro. Enquanto isso, Suliman arranja um marido para Layla – como em quase todos os países árabes, é tradição o pai escolher o marido para a filha e obrigá-la a casar, mesmo que ela não queira. Mais uma prova da cultura machista desses países é o banimento de Jalila da casa onde mora, indo viver com os pais, num tipo de exílio. Coisas do mundo árabe. O filme foi escrito e dirigido pela diretora israelense Elite Zexer, mais conhecida como autora de curtas e documentários. Este foi o seu primeiro longa-metragem, todo falado em árabe, e se saiu muito bem, pois o filme é ótimo, tanto que recebeu o Grande Prêmio do Júri na categoria “World Cinema Dramatic” do Festival de Sundance (EUA), além de ter sido selecionado para representar Israel na disputa do Oscar 2017 de Melhor Filme Estrangeiro. Por aqui, foi visto durante a programação da 40ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, em outubro de 2016. Recomendo principalmente por revelar muitos dos costumes e tradições dos povos beduínos. Um filme muito interessante.                                          
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