“TEMPESTADE
DE AREIA” (“SUFAT CHOL”), 2016, Israel, é um drama ambientado num
vilarejo de beduínos muçulmanos ao sul de Israel. Ali vive uma comunidade árabe
das mais retrógradas e machistas. A história é centrada em Jalila (Ruba Blal),
uma mulher forte, batalhadora e autoritária, mãe de quatro meninas, a mais
velha Layla (Lamis Ammar). O filme começa e lá está Jalila organizando a festa
de casamento do seu marido Suliman (Hitham Omari) com uma segunda esposa, muito
mais jovem. Não bastasse esse tipo de humilhação, Jalila descobre que Layla gosta
de um jovem palestino e fará de tudo para impedir esse namoro. Enquanto isso,
Suliman arranja um marido para Layla – como em quase todos os países árabes, é
tradição o pai escolher o marido para a filha e obrigá-la a casar, mesmo que ela
não queira. Mais uma prova da cultura machista desses países é o banimento de
Jalila da casa onde mora, indo viver com os pais, num tipo de exílio. Coisas do
mundo árabe. O filme foi escrito e dirigido pela diretora israelense Elite Zexer,
mais conhecida como autora de curtas e documentários. Este foi o seu primeiro
longa-metragem, todo falado em árabe, e se saiu muito bem, pois o filme é ótimo, tanto que
recebeu o Grande Prêmio do Júri na categoria “World Cinema Dramatic” do
Festival de Sundance (EUA), além de ter sido selecionado para representar Israel
na disputa do Oscar 2017 de Melhor Filme Estrangeiro. Por aqui, foi visto durante a programação da 40ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, em outubro de 2016. Recomendo principalmente
por revelar muitos dos costumes e tradições dos povos beduínos. Um filme muito
interessante.
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