“KINGS”, 2017, coprodução EUA/França,
roteiro e direção de Deniz Gamze Ergüven. A história é toda ambientada na Los
Angeles de 1992, quando a população de South Central - periferia de LA - se rebela depois do
resultado de dois julgamentos, o primeiro de uma comerciante chinesa que acabara
de assassinar uma garota negra dentro de seu estabelecimento comercial. O
segundo, de maior notoriedade, envolveu o espancamento do taxista negro Rodney
King por policiais brancos. Tanto a chinesa quanto os policiais foram
absolvidos, gerando uma onda de protestos violentos, com saques a
supermercados, incêndios e agressões contra brancos e policiais que ousassem passar
pelo bairro. Em meio a toda essa confusão está Millie (Halle Berry), uma mãe
solteira que cuida com muito sacrifício de oito filhos, alguns deles adotados. Sua
principal preocupação é não deixar que seus filhos entrem para a marginalidade,
como a maioria dos seus colegas. Seu vizinho, Ollie (Daniel Craig, péssimo), talvez o
único branco do pedaço, tenta dar uma força para a família de Millie,
principalmente depois que os protestos entram na fase mais violenta. A diretora
turca Deniz Gamze Ergüven tinha o roteiro pronto desde 2011, mas não conseguiu
financiamento para tocar o projeto adiante. Só conseguiu depois de escrever e
dirigir o ótimo “Mustang” (aqui traduzido por “Cinco Graças”), que representou
a França na disputa do Oscar 2016 de Melhor Filme Estrangeiro. A estreia
mundial de “KINGS” aconteceu no Toronto International Film Festival, em
setembro de 2017, e logo depois foi exibido nos festivais de Torino e
Estocolmo. Até a primeira metade do filme eu estava gostando, envolvido pelo
forte clima de tensão. Depois, achei que a diretora descambou para um
sentimentalismo exacerbado, amenizando o impacto das cenas mais fortes. Cheguei
a achar que tinha jeito de Oscar 2019, mas fiquei decepcionado com o resultado
final. Mais interessante do que bom.
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