“MULHERES DO SÉCULO XX”
(“20TH CENTURY WOMEN”), 2016, EUA, roteiro e direção de Mike Mills. Trata-se de uma produção
independente que mereceu duas indicações ao Oscar 2017: “Melhor Roteiro” e “Melhor
Atriz” (Annette Bening). Ambientada na segunda metade dos anos 70, a história é
centrada em Dorothea Fields (Bening), uma cinquentona divorciada que cria
sozinha o filho adolescente Jamie (Lucas Jade Zumann). Tudo acontece ao redor
de Dorothea, que aluga um quarto da casa para a jovem Abbie (Greta Gerwig) e
outro para William (Billy Crudup). A jovem Julie (Elle Fanning), amiga de infância
de Jamie, também frequenta o círculo familiar, mas de maneira diferente: ela entra
escondida pela janela e vai dormir com Jamie – na base da amizade. Recheado de
diálogos e reflexões bem-humoradas, o roteiro procura destacar o modo de pensar
das diferentes gerações, assim como tenta fazer um passeio cultural e
comportamental da família norte-americana nos anos 70, com direito a discussões
sobre sexo – o principal assunto –, política, anticoncepcionais, família, religião etc., com direito à
reprodução de uma parte de um discurso em cadeia nacional do então presidente Jimmy Carter. Outro
destaque no filme é o enfoque dado ao nascimento do movimento punk, do qual a
jovem Abbie é adepta fanática. O filme tem bons momentos, como nos diálogos
entre Jamie e a mãe, além de um jantar constrangedor entre amigos durante o qual os assuntos
principais são “menstruação” e “orgasmo”. Com relação ao elenco, gostei da atuação
de Annette Bening, embora tenha exagerado um pouco em caras e bocas, e também de
Elle Fanning, cada dia mais competente. Dá para assistir numa boa, mas não chega a justificar uma recomendação entusiasmada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário