“MEL” (“MIELE”), 2013, Itália. Em seu primeiro filme
como diretora e roteirista, a atriz Valeria Golino dá mostras de que entende do
riscado. O pano de fundo é a eutanásia. A história toda é centrada em Irene (Jasmine
Trinca), também chamada de “Honey”, o que justifica o título. Com a orientação
de um amigo médico, de quem é sócia na empreitada, Irene ajuda pacientes em
estado terminal a morrer de maneira digna e sem dor. Para isso, utiliza um
remédio utilizado para sacrificar animais doentes e que, pelo que entendi, não
deixa vestígios nos seres humanos. Para obter a substância, Irene faz
constantes viagens ao México, onde a venda do remédio é liberada. Irene começa a repensar sua
atividade quando recebe a incumbência de ajudar o engenheiro Carlo Grimaldi (o
ótimo Carlo Cecchi) a passar para o outro mundo. No meio do processo, ela
descobre que Carlo não tem nenhuma doença grave, o que não justificaria o
procedimento. A italiana Jasmine Trinca brilha como a personagem principal, o
que não é surpresa, pois vem demonstrando muita competência desde que estreou
no cinema, em 2001, no filme “O Quarto do Filho”, de Nanni Moretti. Depois
participou de filmes como “Maravilhoso Boccacio” e “O Franco Atirador”,
contracenando com o astro Sean Penn. Jasmine Trinca consolida-se cada vez mais como uma
das atrizes italianas mais bonitas e competentes da atualidade. “Mel” foi
selecionado para a mostra “Um Certain Regard” do Festival de Cannes 2013,
recebendo uma menção especial do Júri Ecuménico.
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