domingo, 10 de setembro de 2017

“NOJOOM, 10 ANOS, DIVORCIADA” (“Ana Nojoom Bent Alasherah Wamotalagah”), 2014, Iêmen, roteiro e direção de Khadija al-Salami. Em 2008, a jornalista francesa Delphine Minoui descobriu no Iêmen um caso que se transformou em notícia mundial: uma menina de 10 anos havia conseguido o divórcio. A jornalista revelou que Nujood Ali, de apenas 10 anos, foi obrigada a se casar com um homem bem mais velho em troca de um generoso dote, aceito pela família pobre da garota, residente num pequeno vilarejo onde o casamento infantil era bastante comum – assim como em vários outros países árabes. Num ato de extrema coragem, Nojood procurou a justiça e conseguiu o divórcio. Os pormenores desse polêmico caso foram descritos posteriormente num livro escrito por Nojood e adaptado para o cinema pela diretora Khadija al-Salami, ela própria obrigada a se casar com 11 anos de idade. Segundo o filme, cerca de 70 mil garotas morrem anualmente por causa do casamento infantil no Iêmen. O filme é bastante chocante e perturbador, principalmente por causa das cenas onde a menina aparece sendo espancada e estuprada. O elenco é quase todo formado por atores amadores, o que fica evidente desde o início. Para alguns críticos profissionais, este pode ser um fato alentador. Achei que prejudicou a qualidade interpretativa e o próprio filme como um todo. De qualquer forma, é um filme interessante não apenas pela história em si, mas também por revelar inúmeros aspectos dos costumes e da cultura do povo iemenita, bastante incompreensíveis para o mundo ocidental.                                                         

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