“BOKEH” (ainda sem tradução por aqui), 2017, EUA/Islândia,
roteiro e direção de Geoffrey Orthwein e Andrew Sullivan. Trata-se de uma
ficção científica centrada num casal de turistas norte-americanos que resolve
passar as férias na Islândia. Um dia, ao acordarem, Riley (Mattew O’Leary) e Jenai
(Maika Monroe) se dão conta de que não há viva alma na cidade – deve ser a
capital, Reykjavik. Sumiu todo mundo, só ficaram os dois, não há comunicação
com o mundo externo, a Internet não funciona. Enfim, estão totalmente isolados.
A partir daí, o espectador é envolvido pela expectativa de saber o que
aconteceu, assim como qual será o destino dos dois personagens. No início, o casal
fica deslumbrado com a situação. Vão ao shopping, escolhem as melhores roupas,
vão ao supermercado e levam tudo que interessa, sem pagar nada, pois não há
ninguém para cobrar. Um verdadeiro sonho para os consumistas. Mas os dias vão se passando e a pergunta “O que está
acontecendo?” vira uma obsessão. Depois vem o tédio. Eles tentam passar o tempo
indo pra lá e pra cá buscando uma explicação. A história é inverossímil – claro,
é uma ficção científica -, e o transcorrer do filme é entediante, pois nada de
importante acontece até o trágico desfecho. Os diálogos, então, são de uma profundidade
milimétrica. Mas uma coisa é certa: não dá para não ficar extasiado com os
deslumbrantes cenários naturais da Islândia, como as geleiras, a Lagoa Azul, os
geysers, os campos de flores e outras paisagens características da ilha. É tudo muito bonito, o que nos faz desconfiar
que o filme pode ter sido patrocinado pelo governo da Islândia para incentivar
o turismo. Só mais um detalhe: “Bokeh”, o título original, refere-se a um termo
em fotografia que significa a validade estética do borrão em imagens fora de
foco. Tudo muito estranho, como o filme inteiro.
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