domingo, 23 de julho de 2017

“A ODISSEIA DE ALICE” (“Fidelio, L’Odyssée D’Alice”), 2014, marcou a estreia como roteirista e diretora da atriz francesa Lucie Borleteau. Uma belíssima estreia, aliás. A história é centrada na engenheira naval Alice (Ariane Labed), que em suas viagens de trabalho é sempre a única mulher da tripulação entre dezenas de homens. Ou seja, quando está em serviço nos navios, ela vive num mundo predominantemente masculino. Apesar disso, ela faz questão de se igualar aos tripulantes machos, não apenas no trabalho em si, enfrentando a dura rotina de descer à casa das máquinas e se sujar de óleo e graxa, como também se vangloriar de ter feito sexo nos cinco continentes. Uma abordagem bastante feminista da diretora ao colocar a personagem Alice em pé de igualdade com a tripulação masculina. A história é ambientada no cargueiro “Fidelio”, depois que o engenheiro-chefe morre num acidente. Alice assume seu lugar e, ao embarcar, reencontra o capitão Gaël, um antigo namorado. Os dois voltam a ter um caso e, numa conversa, Alice destaca um antigo lema dos marinheiros: “O que acontece no mar, fica no mar”. Gaël é casado e Alice tem um namorado norueguês, Félix (Anders Danielsen Lie). Quando fica em dúvida entre os dois, ela acaba transando com outro membro da tripulação, sem remorso ou qualquer pudor. Mas sua consciência começa a pesar e ela sofrerá com a possibilidade de ficar sem ninguém. Um trabalho fenomenal da competente e bela atriz grega Ariane Labed, revelada no abominável filme grego "Attenberg", de 2010, e atualmente bastante requisitada pelo cinema francês.  "A Odisseia de Alice" é um daqueles filmes indicados para quem curte cinema de qualidade.                                                             

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