“A ODISSEIA
DE ALICE” (“Fidelio, L’Odyssée D’Alice”), 2014,
marcou a estreia como roteirista e diretora da atriz francesa Lucie Borleteau.
Uma belíssima estreia, aliás. A história é centrada na engenheira naval Alice
(Ariane Labed), que em suas viagens de trabalho é sempre a única mulher da
tripulação entre dezenas de homens. Ou seja, quando está em serviço nos navios,
ela vive num mundo predominantemente masculino. Apesar disso, ela faz questão
de se igualar aos tripulantes machos, não apenas no trabalho em si, enfrentando
a dura rotina de descer à casa das máquinas e se sujar de óleo e graxa, como
também se vangloriar de ter feito sexo nos cinco continentes. Uma abordagem bastante feminista da diretora ao colocar a personagem Alice em pé de igualdade com a tripulação masculina. A história é
ambientada no cargueiro “Fidelio”, depois que o engenheiro-chefe morre num acidente. Alice assume seu lugar e, ao embarcar, reencontra o capitão
Gaël, um antigo namorado. Os dois voltam a ter um caso e, numa conversa, Alice destaca
um antigo lema dos marinheiros: “O que acontece no mar, fica no mar”. Gaël é
casado e Alice tem um namorado norueguês, Félix (Anders Danielsen Lie). Quando
fica em dúvida entre os dois, ela acaba transando com outro membro da
tripulação, sem remorso ou qualquer pudor. Mas sua consciência começa a pesar e
ela sofrerá com a possibilidade de ficar sem ninguém. Um trabalho fenomenal da competente
e bela atriz grega Ariane Labed, revelada no abominável filme grego "Attenberg", de 2010, e atualmente bastante requisitada pelo cinema
francês. "A Odisseia de Alice" é um daqueles filmes indicados para quem curte cinema de qualidade.
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