O drama
“MEDITERRANEA”, 2015, Itália, explora um tema dos mais atuais: a fuga de
imigrantes africanos para a Europa. É o primeiro filme de longa-metragem
escrito e dirigido pelo norte-americano radicado na Itália Jonas Carpignano.
Para realizar “Mediterranea”, Jonas entrevistou inúmeros imigrantes que
conseguiram chegar ao litoral italiano, inclusive o ator principal do filme,
Koudous Seihon. Jonas centra a história em dois imigrantes: Ayiva (Sehon) e
Abas (Alassane Sy). A dupla, juntamente com um grupo de imigrantes, sai de
Burkina Faso para tentar melhorar de vida na Itália. A viagem é uma verdadeira
aventura – e muito perigosa. Eles atravessam a Argélia e a Líbia, passam fome,
enfrentam o calor do deserto e ainda são assaltados. Além disso, enfrentam uma
arriscada travessia pelo Mar Mediterrâneo num barco em péssimo estado. No meio
do caminho, são resgatados pela guarda costeira italiana e conseguem chegar e
se estabelecer na cidade de Rosarno, na região da Calábria. O primeiro inimigo
que encontrarão é o rigoroso inverno, além da rejeição violenta dos moradores
locais. Ayiva e Abas acabam trabalhando numa plantação de laranjas, onde o
regime é de semiescravidão. Tudo muito longe do paraíso que esperavam
encontrar. Jonas conduz o filme de forma bastante realista, como se fosse um
documentário, sensação reforçada pelo elenco formado quase que integralmente
por verdadeiros imigrantes africanos e alguns italianos locais. Um filme
bastante esclarecedor, de grande impacto, que merece ser visto por quem aprecia
cinema de qualidade.
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