sexta-feira, 28 de outubro de 2016
“A BUSCA” (“The Search”), 2014, França,
foi escrito e dirigido por Michel Hazanavicius, o mesmo diretor de “O Artista”
(Oscar de Melhor Filme em 2011). Neste drama de guerra ambientado em 1999 na
Chechênia, Hazanavicius conta duas histórias no filme, ambas alternando-se
durante a projeção sem nunca se interligarem. A primeira é centrada em Hadji
(Abdul Khalim Mamutsiev), de 9 anos, cujos pais foram executados friamente pelos
soldados russos. O menino foge com o irmão, bebê de colo, até ser acolhido por Carole
(Bérénice Bejo, esposa do diretor), inspetora da União Europeia que trabalha no
escritório chefiado por Helen (Annette Bening), responsável pelo acolhimento de
jovens refugiados de guerra. Enquanto o menino é procurado pela irmã mais
velha, Raïssa (Zushra Duishvili), Carole se afeiçoa por Hadji e resolve
adotá-lo. A outra história envolve o jovem Kolia (Maksim Emelyanov), que
ingressa no exército russo e irá conhecer bem de perto os horrores de uma
guerra. Kolia começa seu sofrimento já na fase de treinamento, que lembra “Nascido
para Matar”, de Kubrick. Tanto numa história como na outra, Hazanavicius não
economiza na violência e no terror psicológico. Haja estômago para suportar
tanta tragédia. Os soldados russos são mostrados como assassinos frios e psicopatas
sanguinários, sem pudor para matar, torturar e estuprar. O diretor também acrescentou alguns depoimentos de vítimas reais da repressão russa ocorrida na época. Ao estrear no Festival
de Cannes em 2014, o filme foi considerado fraco e até chegou a ser vaiado. Não
achei o filme tão ruim assim. Só não entendi até agora porque o nome original é
em inglês, já que é uma produção francesa. O maior mérito do filme, na minha
opinião, é a denúncia que faz dos métodos empregados pelas autoridades russas
para “apaziguar” os ânimos nas repúblicas que almejavamm sua independência. Nesse
contexto, o filme merece ser visto.
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