É
bom avisar logo de cara: “BLIND”, 2014,
Noruega, não é um filme convencional, fácil de digerir. A história começa com as reflexões de Ingrid (Ellen Dorrit Petersen), narradas em
off. Ela perdeu a visão recentemente,
deixou de sair de casa e passa o tempo pensando no que teve a oportunidade de
ver, relembrando visões e tentando descobrir as cores de um edifício, de um
shopping, a raça de um cachorro etc. Enquanto passa o tempo todo sozinha no apartamento,
Ingrid tem a sensação de que seu marido Morten (Henrik Rafaelsen) está sempre a
observando, o que parece ser o prenúncio de alguma cena de suspense, o que não acontece. Ao mesmo tempo, a história coloca em cena personagens aleatórios
como Einar (Marius Kolkenstvedt), um tarado viciado em sites pornô, e Elin
(Vera Vitali), outra mulher que acaba ficando cega como Ingrid, mas com um comportamento bem mais neurótico. Estes dois últimos personagens parecem ter sido criados pela mente
de Ingrid, que estaria escrevendo um romance. Ou não? Muitas das cenas parecem
não fazer sentido, exigindo um esforço quase mediúnico do espectador para
adivinhar o que está acontecendo. Elin, por exemplo, aparece com um filho, que
depois vira uma filha. Elin aparece também em várias cenas com Morten, marido
de Ingrid. Um filme difícil de entender. Trata-se da estreia do norueguês Eskil
Vogt como diretor. Ele é mais conhecido como roteirista de filmes como “Oslo,
31 de Agosto” e “Mais Forte que Bombas”. De qualquer forma, “Blind” conquistou
os prêmios de Melhor Filme Europeu no Festival de Berlim/2014 e o de Melhor
Roteiro no Festival de Sundance (EUA), no mesmo ano.
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