quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

“QUE HORAS ELA VOLTA”, 2015, escrito e dirigido por Anna Muylaert, tentou a sorte ao Oscar 2016 de Melhor Filme Estrangeiro como o representante brasileiro. Não deu. De qualquer forma, é um filme muito bom, sensível e comovente. Regina Casé interpreta Val, que há 13 anos chegou do Nordeste para trabalhar na casa de uma família classe média alta no Morumbi. Durante esse tempo, além de empregada doméstica, ela foi babá de Fabinho, com o qual sempre manteve um relacionamento mais próximo e íntimo do que a própria mãe do menino, Bárbara (Karine Teles). Como as empregadas de antigamente, Val sabia o seu lugar. Simplória, cuidava da casa sem transpor os limites de sua função. As coisas se complicam quando sua filha Jéssica (Camila Márdila) chega a São Paulo para prestar vestibular de Arquitetura. De outra geração, mais liberal e emancipada, Jéssica não admite a submissão da mãe. Sua aproximação com o chefe da família Carlos (Lourenço Mutarelli) e seu comportamento despertam o ciúme de Bárbara, iniciando um conflito psicológico que vai tumultuar de vez o ambiente da casa. Casé está ótima e muito menos chata do que a Casé televisiva (por sua atuação no filme, Casé ganhou o prêmio de Melhor Atriz no último Festival de Sundance - EUA). O filme, repito, é muito bom, mas não justifica toda essa euforia dos críticos em achar que seria um bom candidato ao Oscar. A roteirista e diretora Anna Muylaert, que já mostrou competência em filmes como “É Proibido Fumar”, “Chamada a Cobrar” e “Durval Discos” (roteiro e direção), além do excelente “O Ano em que meus Pais saíram de Férias” (roteiro), marcou mais um gol de placa.                         

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