“QUE HORAS ELA VOLTA”, 2015, escrito e dirigido por Anna Muylaert, tentou a sorte ao Oscar
2016 de Melhor Filme Estrangeiro como o representante brasileiro. Não deu. De
qualquer forma, é um filme muito bom, sensível e comovente. Regina Casé
interpreta Val, que há 13 anos chegou do Nordeste para trabalhar na casa de uma
família classe média alta no Morumbi. Durante esse tempo, além de empregada
doméstica, ela foi babá de Fabinho, com o qual sempre manteve um relacionamento
mais próximo e íntimo do que a própria mãe do menino, Bárbara (Karine Teles). Como
as empregadas de antigamente, Val sabia o seu lugar. Simplória, cuidava da casa
sem transpor os limites de sua função. As coisas se complicam quando sua filha
Jéssica (Camila Márdila) chega a São Paulo para prestar vestibular de
Arquitetura. De outra geração, mais liberal e emancipada, Jéssica não admite a
submissão da mãe. Sua aproximação com o chefe da família Carlos (Lourenço
Mutarelli) e seu comportamento despertam o ciúme de Bárbara, iniciando um
conflito psicológico que vai tumultuar de vez o ambiente da casa. Casé está
ótima e muito menos chata do que a Casé televisiva (por sua atuação no filme, Casé ganhou o prêmio de Melhor Atriz no último Festival de Sundance - EUA). O filme, repito, é muito
bom, mas não justifica toda essa euforia dos críticos em achar que seria um bom
candidato ao Oscar. A roteirista e diretora Anna Muylaert, que já mostrou
competência em filmes como “É Proibido Fumar”, “Chamada a Cobrar” e “Durval
Discos” (roteiro e direção), além do excelente “O Ano em que meus Pais saíram
de Férias” (roteiro), marcou mais um gol de placa.
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