O
drama “A ILHA DO MILHARAL” (“Simindis Kundzuli”), roteiro e direção de George Ovashvili, foi
o representante oficial da Geórgia (ex-república soviética) na disputa do Oscar
2015 de “Melhor Filme Estrangeiro”. Não passou para a fase final, mas
conquistou crítica, público e prêmios em vários festivais pelo mundo afora. O
filme mostra a rotina árdua de trabalho de um velho camponês (Ilyas Salman),
que pretende utilizar uma pequena ilha no Rio Enguri – separa a Geórgia da Abecásia
– para plantar um milharal. Nessa tarefa, ele recebe a ajuda da neta (Marian
Buturishvili), órfã de pai e mãe. O filme apresenta, passo a passo, o trabalho
do velho em preparar a terra, construir uma casinha, plantar as sementes. Os
personagens não têm nome e há poucos diálogos, pois as imagens dizem tudo, com grande carga dramática. Embora lento, o filme não chega a ser monótono nem tedioso, sendo valorizado
por um excelente trabalho de fotografia. O roteiro prima pela simplicidade e situa a história em meio ao
momento político da região, caracterizado por lutas sangrentas entre soldados
da Geórgia e da Abecásia, conflito que dura desde a década de 80 até hoje. Barcos
levando soldados de um lado ou de outro passam toda hora pela pequena ilha, deixando
apreensivos o avô e sua neta. A Natureza tem um papel fundamental na trama,
como parece dizer a mensagem embutida na história: “A Natureza dá, a Natureza
tira”. Um filme muito interessante. Vale a pena conferir.
Nenhum comentário:
Postar um comentário