sábado, 9 de janeiro de 2016

O drama “A ILHA DO MILHARAL” (“Simindis Kundzuli”), roteiro e direção de George Ovashvili, foi o representante oficial da Geórgia (ex-república soviética) na disputa do Oscar 2015 de “Melhor Filme Estrangeiro”. Não passou para a fase final, mas conquistou crítica, público e prêmios em vários festivais pelo mundo afora. O filme mostra a rotina árdua de trabalho de um velho camponês (Ilyas Salman), que pretende utilizar uma pequena ilha no Rio Enguri – separa a Geórgia da Abecásia – para plantar um milharal. Nessa tarefa, ele recebe a ajuda da neta (Marian Buturishvili), órfã de pai e mãe. O filme apresenta, passo a passo, o trabalho do velho em preparar a terra, construir uma casinha, plantar as sementes. Os personagens não têm nome e há poucos diálogos, pois as imagens dizem tudo, com grande carga dramática. Embora lento, o filme não chega a ser monótono nem tedioso, sendo valorizado por um excelente trabalho de fotografia. O roteiro prima pela simplicidade e situa a história em meio ao momento político da região, caracterizado por lutas sangrentas entre soldados da Geórgia e da Abecásia, conflito que dura desde a década de 80 até hoje. Barcos levando soldados de um lado ou de outro passam toda hora pela pequena ilha, deixando apreensivos o avô e sua neta. A Natureza tem um papel fundamental na trama, como parece dizer a mensagem embutida na história: “A Natureza dá, a Natureza tira”. Um filme muito interessante. Vale a pena conferir.

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