Uma
sensação no mínimo desagradável é o que se tem ao assistir ao drama grego “O GAROTO QUE COME ALPISTE” (“To Agori Troei To Fagito tou
Pouliou” no original, ou “Boy Eating the
Bird’s Food” em inglês). O filme é bastante
indigesto e deprimente. Trata-se de uma chocante alegoria à grave situação
econômica da Grécia a partir de 2010. O jovem Yorgos (Yiannis Papadopoulos), de
23 anos, é um cantor lírico desempregado, não tem amigos e está distanciado da
família. Vaga pelas ruas de Atenas remexendo nas latas de lixo para encontrar o
que comer. Quando não encontra, divide o alpiste com seu canário e se alimenta
com o próprio sêmen depois de se masturbar (desagradável ou não é?). De vez em
quando, entra no apartamento do vizinho, um velho doente, para roubar comida e
alguns objetos para vender no penhor. Com a mente entravada por dias sem comer,
Yorgos tenta manter a pouca sanidade que lhe resta, mas ele é a verdadeira
personificação do fracasso. E aí ninguém dá jeito. O filme marcou a estreia de
Yiannis Papadopoulos na direção. Começou bem, pois o filme foi indicado para
representar a Grécia no Oscar/2014 de Melhor Filme Estrangeiro. De qualquer forma, é bom alertar o
espectador desavisado: não espere um entretenimento agradável. Pelo contrário.
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