quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Uma sensação no mínimo desagradável é o que se tem ao assistir ao drama grego “O GAROTO QUE COME ALPISTE” (“To Agori Troei To Fagito tou Pouliou” no original, ou “Boy Eating the Bird’s Food” em inglês). O filme é bastante indigesto e deprimente. Trata-se de uma chocante alegoria à grave situação econômica da Grécia a partir de 2010. O jovem Yorgos (Yiannis Papadopoulos), de 23 anos, é um cantor lírico desempregado, não tem amigos e está distanciado da família. Vaga pelas ruas de Atenas remexendo nas latas de lixo para encontrar o que comer. Quando não encontra, divide o alpiste com seu canário e se alimenta com o próprio sêmen depois de se masturbar (desagradável ou não é?). De vez em quando, entra no apartamento do vizinho, um velho doente, para roubar comida e alguns objetos para vender no penhor. Com a mente entravada por dias sem comer, Yorgos tenta manter a pouca sanidade que lhe resta, mas ele é a verdadeira personificação do fracasso. E aí ninguém dá jeito. O filme marcou a estreia de Yiannis Papadopoulos na direção. Começou bem, pois o filme foi indicado para representar a Grécia no Oscar/2014 de Melhor Filme Estrangeiro. De qualquer forma, é bom alertar o espectador desavisado: não espere um entretenimento agradável. Pelo contrário. 

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