“FILHA DISTANTE” (“Días de Pesca”), 2012, direção de Carlos Sorin, é mais um bom
e sensível filme argentino. Conta a história de Marco Tucci (Alejandro Awada),
que, aos 52 anos, depois de um problema sério de saúde, resolve mudar de vida. Deixa
de fumar e de beber e começa a praticar exercícios físicos. Marco aproveita
essa fase de mudança para também reencontrar a filha Anna (Victoria Almeida),
que não vê há anos, retomar o relacionamento de outrora e aparar algumas
arestas do passado. Para isso, Marco utiliza a desculpa de tirar umas férias
para pescar tubarões no litoral da Patagônia, onde sua filha mora. Saindo de
Buenos Aires, ele pega estrada de carro e, pelo caminho, com seu sorriso
simpático e cativante, vai fazendo amizades. Ao chegar à cidade onde sua filha
morava, vai descobrir que ela já havia mudado há uns três anos, sem avisar, o
que já dá uma ideia da distância entre os dois – não apenas geográfica. No
reencontro com a filha e o neto, que não conhecia, acontece um dos momentos
mais tocantes do filme, quando, durante o jantar, Anna pede a Marco que cante “aquela
canção”. Marco então canta a ária “Che Gelida Manina” a capella. Apesar de todos os esforços de Marco, a reaproximação
será mais difícil do que ele imaginava. Além da história em si, o filme é
bastante interessante porque toda a ação se desenrola em meio aos cenários
deslumbrantes e belas paisagens, embora um tanto melancólicas, da Patagônia. Com
exceção dos dois protagonistas principais, o restante do elenco é composto somente
por atores amadores. Mais um gol de placa do cinema argentino.
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