segunda-feira, 13 de outubro de 2014

No começo do filme, um bicho de caracol é mostrado deslizando lentamente. Parece anunciar o ritmo em que vai se arrastar por quase duas horas o drama inglês “VENTRE” (“Womb”), 2010. Não é só pelo seu nome ou por sua lentidão que o filme incomoda.  Mas também por abordar temas desconfortáveis como clonagem humana e incesto. Ambientado em alguma parte do litoral da Inglaterra (não há menção do local), o filme é centrado na amizade de duas crianças, Rebecca e Thomas. Um dia, porém, a mãe de Rebecca consegue um emprego no Japão. Dessa forma, Rebecca se separa de Thomas. Doze anos se passam e Rebecca (Eva Green) volta do Japão e procura por Thomas (Matt Smith), agora homem feito. Percebe-se que a conduta de Rebecca não é muito normal. Fica claro que ela está obcecada por Thomas. Alguns dias depois do reencontro, ele e Rebecca estão viajando quando acontece um acidente fatal. Thomas morre atropelado. Através do DNA do falecido, Rebecca consegue fazer uma inseminação artificial e dá à luz a um clone de Thomas. A partir daí, durante as várias fases de crescimento do garoto, o diretor dinamarquês Benedek Fliegauf reforça a insinuação de incesto em inúmeras cenas, principalmente por parte de Rebecca, já que Thomas não sabe que é um clone. Claro que a situação vai piorar quando Thomas torna-se adulto. O ator Matt Smith, com cara de psicopata abobado, também é outro fator de desconforto para o espectador. Ainda bem que pelo menos dá para curtir a beleza da atriz francesa Eva Green. Nem mesmo fazendo papel de uma mulher desequilibrada ela consegue ser feia. Talvez o único ponto positivo desse drama pra lá de pesado.   

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