No
começo do filme, um bicho de caracol é mostrado deslizando lentamente. Parece anunciar
o ritmo em que vai se arrastar por quase duas horas o drama inglês “VENTRE” (“Womb”), 2010. Não é só pelo seu nome ou por sua lentidão que o
filme incomoda. Mas também por abordar
temas desconfortáveis como clonagem humana e incesto. Ambientado em alguma
parte do litoral da Inglaterra (não há menção do local), o filme é centrado na
amizade de duas crianças, Rebecca e Thomas. Um dia, porém, a mãe de Rebecca consegue
um emprego no Japão. Dessa forma, Rebecca se separa de Thomas. Doze anos se
passam e Rebecca (Eva Green) volta do Japão e procura por Thomas (Matt Smith),
agora homem feito. Percebe-se que a conduta de Rebecca não é muito normal. Fica
claro que ela está obcecada por Thomas. Alguns dias depois do reencontro, ele e
Rebecca estão viajando quando acontece um acidente fatal. Thomas morre
atropelado. Através do DNA do falecido, Rebecca consegue fazer uma inseminação
artificial e dá à luz a um clone de Thomas. A partir daí, durante as várias
fases de crescimento do garoto, o diretor dinamarquês Benedek Fliegauf reforça
a insinuação de incesto em inúmeras cenas, principalmente por parte de Rebecca,
já que Thomas não sabe que é um clone. Claro que a situação vai piorar quando
Thomas torna-se adulto. O ator Matt Smith, com cara de psicopata abobado,
também é outro fator de desconforto para o espectador. Ainda bem que pelo menos dá para
curtir a beleza da atriz francesa Eva Green. Nem mesmo fazendo papel de uma mulher desequilibrada ela consegue ser feia. Talvez o único ponto positivo desse drama pra lá de pesado.
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