O
drama turco “CLIMAS” (“Iklimler”),
de 2006, é daqueles filmes que podemos enquadrar no gênero cinema de arte. É
contemplativo e arrastado, feito de silêncios, olhares e gestos, sem uma narrativa linear.
Lembra os filmes de Antonioni nos anos 60, com protagonistas depressivos,
infelizes e vazios. Numa viagem a trabalho para fotografar as ruínas de um
templo, o professor universitário Isa (Nuri Bilge Ceylan, também roteirista e
diretor do filme) se desentende com a sua jovem mulher Bahar (Ebru Ceylan, esposa
do diretor), que já se mostrava entediada com o casamento. O casal revolve dar
um tempo. Isa volta para Istambul e segue dando suas aulas de Arquitetura,
enquanto Bahar viaja a trabalho (ele é produtora de TV) para Dogubeyazit, na
região montanhosa e gélida da Turquia. Em sua condição de solteiro, Isa passa o
tempo, além de ministrar as aulas, visitando os pais (que são seus pais também
na vida real) e buscando conforto nos ombros - e no corpo inteiro - de uma antiga namorada, Serap
(Nazan Kirilmis). Mas Isa ainda ama Bahar e vai fazer o possível para se
reaproximar dela. Como o filme dá a entender, o título “Climas” refere-se às
estações do ano em que o drama é ambientado. Começa, por exemplo, num clima de
verão escaldante, e termina num rigoroso inverno. O filme foi lançado no
Festival de Cannes e recebeu o Prêmio de Melhor Filme da Crítica Internacional.
Nuri Ceylan também dirigiu “Era uma vez
na Anatólia” (2011) e “3 Macacos” (2008).
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