domingo, 21 de setembro de 2014

O drama turco “CLIMAS” (“Iklimler”), de 2006, é daqueles filmes que podemos enquadrar no gênero cinema de arte. É contemplativo e arrastado, feito de silêncios, olhares e gestos, sem uma narrativa linear. Lembra os filmes de Antonioni nos anos 60, com protagonistas depressivos, infelizes e vazios. Numa viagem a trabalho para fotografar as ruínas de um templo, o professor universitário Isa (Nuri Bilge Ceylan, também roteirista e diretor do filme) se desentende com a sua jovem mulher Bahar (Ebru Ceylan, esposa do diretor), que já se mostrava entediada com o casamento. O casal revolve dar um tempo. Isa volta para Istambul e segue dando suas aulas de Arquitetura, enquanto Bahar viaja a trabalho (ele é produtora de TV) para Dogubeyazit, na região montanhosa e gélida da Turquia. Em sua condição de solteiro, Isa passa o tempo, além de ministrar as aulas, visitando os pais (que são seus pais também na vida real) e buscando conforto nos ombros - e no corpo inteiro - de uma antiga namorada, Serap (Nazan Kirilmis). Mas Isa ainda ama Bahar e vai fazer o possível para se reaproximar dela. Como o filme dá a entender, o título “Climas” refere-se às estações do ano em que o drama é ambientado. Começa, por exemplo, num clima de verão escaldante, e termina num rigoroso inverno. O filme foi lançado no Festival de Cannes e recebeu o Prêmio de Melhor Filme da Crítica Internacional. Nuri  Ceylan também dirigiu “Era uma vez na Anatólia” (2011) e “3 Macacos” (2008).        

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