quarta-feira, 17 de setembro de 2014
“MAR DA ESPERANÇA” (“Wir Wollten
aufs Meer”), 2012, dirigido por Toke Constantin Hebbeln, é um drama alemão que coloca novamente em evidência a
Alemanha Oriental nos tempos da chamada Guerra Fria. Em 1982, dois amigos
estivadores no Porto de Rostock acalentam o sonho de ingressar como marinheiros
na Marinha Mercante – e, com isso, fugir para o Ocidente. Para isso, porém,
teriam que colaborar com algumas informações para a STASI, a polícia secreta do
governo comunista. Dessa forma, Cornelis Schmidt (Alexander Fehling) e Andreas
Homung (August Diehl) tornam-se informantes. Um se arrepende no meio do caminho
depois de denunciar um companheiro de trabalho, Matthias (Ronald Zehrfeld). Andreas,
porém, segue firme na atividade de dedo-duro, traindo o próprio amigo. O enredo
sombrio e dramático é amenizado pelo romance proibido entre Cornelis e a vietnamita
Mai (Phuong Thao Vu). Romance, aliás, também denunciado por Andreas. "MAR DA ESPERANÇA" lembra
muito outro excelente filme alemão, “A
Vida dos Outros”, que ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2007. Ambos
tratam de amizade e traição, num clima de total desconfiança alimentado pelo próprio regime vigente na Alemanha Oriental. Vigilância dia e
noite. Não se podia confiar em ninguém, nem no amigo, no parente, no vizinho. E
a STASI ali no pé de todo mundo, e coitado (a) de quem caísse nas suas garras.
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