quinta-feira, 18 de setembro de 2014

“CHAMADA A COBRAR”, 2013, conta a história angustiante e dramática de Verinha (Bete Dorgam), uma senhora de classe média alta da capital paulista, que cai no golpe do falso sequestro. Numa manhã, ela atende um telefonema a cobrar e ouve alguém que se diz bombeiro avisando que uma de suas filhas sofreu um acidente. Ela se desespera e informa, inocentemente, os nomes das três filhas. O homem que se dizia bombeiro passa o telefone para outro, que assume a condição de sequestrador e vai manter Verinha em contato direto durante as próximas 12 horas. A primeira meia hora de filme é de pura aflição e muita tensão - para o espectador, inclusive. Aos poucos, Verinha vai se habituando ao jeito ao contato com o  bandido, o que inclui uma constante pressão psicológica e xingamentos da pior espécie. Durante a viagem que faz ao Rio de Janeiro – uma das exigências do falso sequestrador -, finalmente um pouco de humor. Ela para num posto, toma umas doses de conhaque e, de repente, está utilizando a mesma linguagem chula do marginal. A cena é muito engraçada. Enquanto isso, em São Paulo, as três filhas se desesperam ao não conseguir descobrir o paradeiro da mãe. Até chegar à conclusão de que foi vítima de um falso sequestro, muita coisa ainda vai acontecer durante a viagem de Verinha. Mais um ótimo filme da diretora paulista Anna Muylaert, que já havia nos brindado com “Durval Discos”, “O Ano em que meus pais saíram de férias” e “Xingu”. Mas, sem dúvida, a alma do filme é a atriz Bete Dorgam. Se o filme já é bom, Bete o torna ainda melhor. Mais uma produção nacional imperdível.    

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