“CHAMADA A COBRAR”, 2013, conta a história angustiante e dramática de Verinha (Bete
Dorgam), uma senhora de classe média alta da capital paulista, que cai no golpe
do falso sequestro. Numa manhã, ela atende um telefonema a cobrar e ouve alguém
que se diz bombeiro avisando que uma de suas filhas sofreu um acidente. Ela se
desespera e informa, inocentemente, os nomes das três filhas. O homem que se
dizia bombeiro passa o telefone para outro, que assume a condição de
sequestrador e vai manter Verinha em contato direto durante as próximas 12 horas.
A primeira meia hora de filme é de pura aflição e muita tensão - para o
espectador, inclusive. Aos poucos, Verinha vai se habituando ao jeito ao
contato com o bandido, o que inclui uma
constante pressão psicológica e xingamentos da pior espécie. Durante a viagem
que faz ao Rio de Janeiro – uma das exigências do falso sequestrador -,
finalmente um pouco de humor. Ela para num posto, toma umas doses de conhaque e,
de repente, está utilizando a mesma linguagem chula do marginal. A cena é muito
engraçada. Enquanto isso, em São Paulo, as três filhas se desesperam ao não
conseguir descobrir o paradeiro da mãe. Até chegar à conclusão de que foi
vítima de um falso sequestro, muita coisa ainda vai acontecer durante a viagem
de Verinha. Mais um ótimo filme da diretora paulista Anna Muylaert, que já
havia nos brindado com “Durval Discos”, “O Ano em que meus pais saíram de
férias” e “Xingu”. Mas, sem dúvida, a alma do filme é a atriz Bete Dorgam. Se o
filme já é bom, Bete o torna ainda melhor. Mais uma produção nacional
imperdível.
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