terça-feira, 17 de junho de 2014

Está nos dicionários: Fábula é uma narração alegórica, cujos personagens são animais, que encerra uma lição moral. A definição é perfeita para “A Parede” (“Die Wand”), 2012, uma co-produção Áustria/Alemanha, com direção de Julian Roman Rölsler. A única é diferença é que aqui os animais não falam. Aliás, nem a atriz principal. Com o acréscimo de um pouco de surrealismo, o filme conta a história de uma mulher (a atriz alemã Martina Gedeck) que viaja com um casal de amigos para uma cabana de caça nas montanhas da Áustria. À noite, os amigos saem para ir até a cidade, deixando a visitante sozinha com o cachorro Luchs. O casal não volta e, pela manhã, ela sai para ver o que aconteceu. Quando está a caminho, ela dá de cara com uma parede invisível. Ela vai pra cá e pra lá e chega à conclusão de que está aprisionada numa espécie de redoma intransponível. Daí em diante, ela ficará sozinha com o cachorro. Depois ainda chegam dois gatos e uma vaca. O filme inteiro é narrado in off  pela mulher, que, evidentemente, está escrevendo um diário. Ela não vê saída para sua situação e terá que aprender a viver – e sobreviver – sozinha. O tom da narrativa é monótono e melancólico, talvez para realçar a solidão da personagem. As paisagens dos Alpes austríacos são deslumbrantes e minimizam um pouco toda essa tristeza. O filme, baseado no livro da escritora austríaca Marlen Haushofer, disputou o Oscar 2014 na categoria de Melhor Filme Estrangeiro representando a Áustria.

Nenhum comentário: