Quando
foi lançado no Festival de Cannes 2013, “Azul é a Cor mais Quente” (“La vie d’Adèle”) ficou marcado por
algumas polêmicas. Primeira, é claro, sobre as longas cenas de sexo quase
explícitas entre as duas protagonistas principais, Adèle (Adèle Exarchopoulos)
e Emma (Léa Seydoux) – há também outra cena de sexo bastante ousada entre
Adèle e um namoradinho no começo do filme. Outra polêmica envolveu o elenco,
particularmente as atrizes Adèle e Léa, e o diretor franco-tunisiano Abdellatif
Kechiche, acusado de ser um monstro tirano e torturador. O filme acabou
ganhando a Palma de Ouro de Cannes e as duas atrizes dividiram o Prêmio de Melhor
Atriz. Os prêmios foram mais do que justos, pois o filme é muito bom e o
trabalho das atrizes é espetacular, principalmente Adèle, um fenômeno.
Impossível não se emocionar com o seu desempenho. O filme é baseado na história
em quadrinhos adulta “Le Bleu est une Couper Chaude”, criada pela francesa
Julie Maroh. Em dúvida sobre a sua preferência sexual, Adéle (a personagem) é
uma adolescente de 15 anos que se apaixona por Emma, lésbica assumida. Adèle
leva Emma para jantar e apresentá-la aos seus pais, mas esconde o caso. O mesmo
faz Emma, cujos pais conhecem e aceitam a opção da filha. Em suas três horas de
duração, o filme vai acompanhar a paixão obsessiva das duas jovens. Embora
todos os principais protagonistas sejam jovens, os diálogos são bastante
inteligentes. Você já imaginou dois jovens estudantes do Ensino Fundamental
aqui no Brasil discutindo Sartre? Independente das polêmicas, o filme é obrigatório
para quem gosta de cinema de qualidade.
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