quarta-feira, 9 de abril de 2014

Convém tomar um Dramin antes de começar a assistir “Até o Fim” (“All is Lost”). Afinal, serão 106 minutos no mar ao lado de Robert Redford, cujo personagem, um experiente navegador, não tem nome, profissão ou outra qualquer indicação de sua vida civil. Ele está navegando em seu belo veleiro de 12 metros pelo Oceano Pacífico (não há também explicação sobre o motivo da viagem). A embarcação tem o nome de “Virginia Jean” (quem será essa mulher?). Um dia, ele acorda com um estrondo: um contêiner à deriva bate no barco e provoca um rombo no casco. A água que entra danifica o rádio e os instrumentos de navegação. Mas isso não é o pior. Uns dias depois, vem uma violenta tempestade que acaba por afundar o veleiro. O jeito é se virar com o bote salva-vidas inflável. Impossível não associar a situação do navegador com a da astronauta vivida por Sandra Bullock em “Gravidade”. Ambos buscam sobreviver, sozinhos e abandonados à própria sorte: Bullock perdida no espaço e Redford no vasto oceano. Assim como em “Gravidade”, o suspense e a tensão predominam desde o começo até o final do filme. E mesmo com apenas um personagem, sem qualquer diálogo ou monólogo, “Até o Fim” não fica monótono em nenhum momento. O filme recebeu apenas uma indicação para o Oscar 2014 (Melhor Edição de Som), uma grande injustiça com Redford, que merecia concorrer a Melhor Ator.  

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