segunda-feira, 14 de abril de 2014

O ótimo drama alemão “À Espera de Turistas” (“Am Ende kommen Touristen”), dirigido por Robert Thalheim, estreou no Festival de Cannes em 2007, mas, por alguma razão que não sei, só chegou aos cinemas do Brasil em 2013. O jovem alemão Sven (Alexander Fehling), ao invés de ingressar no Serviço Militar, faz a opção de integrar um trabalho comunitário na cidade polonesa de Oswiecim (ex-Auschwitz). Aqui, ele vai trabalhar no museu dedicado às vítimas do holocausto durante a 2ª Guerra Mundial. Uma de suas tarefas é servir de cuidador do velho Krzeminski (Ryszard Ronczewski), um sobrevivente do campo de concentração que costuma dar palestras aos turistas que visitam o museu. Numa delas, um jovem turista pede para ver o número de prisioneiro tatuado no braço de Krzeminski. O jovem olha e diz que o número está meio apagado. “É que eu não quis retocar”, responde o velho, talvez no único momento de humor do filme. Krzeminski também é responsável pela manutenção e conserto das malas abandonadas pelos judeus antes de serem mortos nas câmaras de gás. Por razões óbvias, Krzeminski não recebe bem o jovem alemão e o trata de maneira bem rude, assim como os poloneses da cidade. Sven, porém, acaba se afeiçoando ao velho, entendendo a revolta dele pelo que seus antepassados fizeram. “À Espera de Turistas” é um filme forte, um tanto melancólico, mas bastante impactante e esclarecedor. E sua mensagem é clara: as feridas do holocausto jamais serão cicatrizadas.                                       

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