De vez em quando, um pouco de erudição e
história não faz mal a ninguém. É o que proporciona o ótimo drama alemão “Hannah Arendt”, de 2012, da
diretora Margarethe Von Trotta. Em 1961, a alemã Hannah (Barbara Sukowa), já uma
consagrada filósofa política e professora universitária nos EUA, se oferece à
Revista The New Yorker para ir a Jerusalém cobrir o julgamento do nazista Adolf
Eichmann, preso pelo Mossad na Argentina. Além da reportagem para a revista,
ela queria aproveitar o trabalho para colher subsídios para seu estudo filosófico
sobre “A Banalidade do Mal”. Os artigos da filósofa causaram uma grande
repercussão na época. Ela escreveu, por exemplo, que Eichmann não era culpado
direto pela matança dos judeus, pois obedecia ordens. Hannah não parou por aí. Escreveu
também que os judeus – ela era judia - se deixaram dominar sem resistência e ainda acusou alguns deles de colaboracionismo
com os nazistas. Aí todo mundo se virou contra a filósofa, inclusive seus
principais amigos. O filme conta toda essa história e ainda o envolvimento dela,
na juventude, quando morava na Alemanha, com o filósofo Martin Heidegger. O pensamento e a filosofia de Hannah
estão representados nos diálogos que ela tem com o marido e com os amigos e
ainda durante suas aulas e palestras na universidade. Resumindo: um filme adulto
e imperdível
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