“A BALEIA” (“THE WHALE”), 2022, Estados
Unidos, 1h57m, disponível para alugar no Prime Vídeo, direção de Darren Aronofsky
(“Cisne Negro”), seguindo roteiro assinado por Samuel D. Hunter. O filme é uma
adaptação para o cinema da peça de teatro “The Whale”, escrita pelo próprio roteirista.
Trata-se de um drama psicológico cujo personagem central é o professor Charlie
(Brendan Fraser), um gordo mórbido de quase 300 quilos que vive recluso e dá
suas aulas de inglês on-line (por vergonha de seu corpo, ele mantém a webcam
desligada). Aos poucos a gente acaba conhecendo sua história, a separação da
mulher e da filha e o suicídio do amante, situações que o levaram a sofrer de
transtorno de compulsão alimentar. Durante as visitas constantes da filha Ellie
(Sadie Sink), da ex-mulher Mary (Samantha Morton), da vizinha e enfermeira Liz
(Hong Chau) e de Thomas (Ty Simpkins), catequista de uma igreja evangélica, o
roteiro constrói diálogos fortes, inteligentes e sarcásticos, durante os quais
Charlie mostra arrependimento com relação às suas ações e sua vontade de reconstruir
o passado. Tarefa difícil, já que os visitantes demonstram pouca paciência com
o estado de saúde e a figura grotesca – para não dizer nojenta - que Charlie se
transformou. Acompanhamos o cotidiano de uma pessoa cujo tempo de vida é cada
vez menor. Charlie tem consciência disso, mas continua comendo suas três pizzas
diárias, fora as barras de chocolate etc. e tal... A história é muito triste,
pois apresenta um ser humano sem qualquer perspectiva, nenhuma alegria e
completamente entregue a uma doença que logo o levará à morte. Pior: ele tem
plena consciência disso. Esse aspecto me levou a recordar os vários episódios
que assisti de “Quilos Mortais”, com o Dr. Younan Nowzaradam, o doutor “Now”. Indicado
a três categorias do Oscar 2023, “A Baleia” venceu duas: Melhor Ator (Brendan
Fraser) e Melhor Maquiagem (só para se ter uma ideia, Fraser utilizou 130
quilos de próteses durante as filmagens). Não sei se gostei ou não do filme. A única certeza é a de que o personagem principal me sensibilizou bastante.
Nenhum comentário:
Postar um comentário