segunda-feira, 24 de julho de 2023

 

“A BALEIA” (“THE WHALE”), 2022, Estados Unidos, 1h57m, disponível para alugar no Prime Vídeo, direção de Darren Aronofsky (“Cisne Negro”), seguindo roteiro assinado por Samuel D. Hunter. O filme é uma adaptação para o cinema da peça de teatro “The Whale”, escrita pelo próprio roteirista. Trata-se de um drama psicológico cujo personagem central é o professor Charlie (Brendan Fraser), um gordo mórbido de quase 300 quilos que vive recluso e dá suas aulas de inglês on-line (por vergonha de seu corpo, ele mantém a webcam desligada). Aos poucos a gente acaba conhecendo sua história, a separação da mulher e da filha e o suicídio do amante, situações que o levaram a sofrer de transtorno de compulsão alimentar. Durante as visitas constantes da filha Ellie (Sadie Sink), da ex-mulher Mary (Samantha Morton), da vizinha e enfermeira Liz (Hong Chau) e de Thomas (Ty Simpkins), catequista de uma igreja evangélica, o roteiro constrói diálogos fortes, inteligentes e sarcásticos, durante os quais Charlie mostra arrependimento com relação às suas ações e sua vontade de reconstruir o passado. Tarefa difícil, já que os visitantes demonstram pouca paciência com o estado de saúde e a figura grotesca – para não dizer nojenta - que Charlie se transformou. Acompanhamos o cotidiano de uma pessoa cujo tempo de vida é cada vez menor. Charlie tem consciência disso, mas continua comendo suas três pizzas diárias, fora as barras de chocolate etc. e tal... A história é muito triste, pois apresenta um ser humano sem qualquer perspectiva, nenhuma alegria e completamente entregue a uma doença que logo o levará à morte. Pior: ele tem plena consciência disso. Esse aspecto me levou a recordar os vários episódios que assisti de “Quilos Mortais”, com o Dr. Younan Nowzaradam, o doutor “Now”. Indicado a três categorias do Oscar 2023, “A Baleia” venceu duas: Melhor Ator (Brendan Fraser) e Melhor Maquiagem (só para se ter uma ideia, Fraser utilizou 130 quilos de próteses durante as filmagens). Não sei se gostei ou não do filme. A única certeza é a de que o personagem principal me sensibilizou bastante.  

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