“ATHENA”, 2022,
França, produção original e distribuição Netflix, 1h39m, direção de Romain
Gavras, que também assina o roteiro com a colaboração de Ladj Ly e Elias
Belkeddar. Mais um filme em que o cinema francês coloca o dedo na ferida de uma
grave questão social: como conviver com os imigrantes, como tratá-los sem desigualdade
e como promover sua inclusão na sociedade. De forma realista e impactante, “Athena”
comprova que é uma situação muito difícil de resolver. Começa o filme e uma revolta
explode em um conjunto habitacional na periferia de Paris, onde os moradores
são, em sua maioria, imigrantes negros e árabes. O protesto é contra a polícia,
acusada de ser a responsável pela morte de um menino árabe de 13 anos. Seus
três irmãos maiores são os principais protagonistas da história: Karim (Sami
Slimani), líder da revolta, Mokhtar (Ouassini Embarek), traficante do bairro, e
o “ovelha negra” da família, Abdel (Dali Benssalah), policial das forças de elite. E dá-lhe muita confusão, conflitos violentos, tiros e explosões.
Na verdade, juntando tudo, o que deve ser mais destacado no filme é sua
estética, as cenas de ação filmadas de forma a colocar o espectador dentro do
conflito. Méritos para o diretor Romain Gavras, que tem o DNA de um cineasta
consagrado, seu pai, o grande Costa-Gavras – ainda vivo, aos 89 anos -, que ficou
conhecido com seus filmes de denúncia política, como “Z” (Oscar de melhor filme
estrangeiro em 1969), “A Confissão” e “Missing”, no qual expõe fatos tenebrosos
da ditadura de Pinochet, no Chile. Costa-Gavras também tem uma filha cineasta,
Julie Gavras. Resumo da ópera: “Athena” é um filme bastante impactante, de
muita tensão, ideal para cinéfilos que curtem cinema de qualidade.
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