“FÁTIMA: A HISTÓRIA DE UM
MILAGRE” (“FATIMA”), 2020, em cartaz na plataforma Amazon Prime
Video, 1h58m, coprodução Portugal/Itália/Estados Unidos, direção do cineasta
italiano Marco Pontecorvo, que também, assina o roteiro com Valerio D’Annunzio
e Barbara Nicolosi. O filme conta a história de um fato de grande relevância
para os católicos: as aparições da Virgem Maria para três pastores na cidade de
Fátima, em Portugal, entre maio e outubro de 1917. Lúcia, de 10 anos,
Francisco, de 8 anos, e Jacinta, de 7 anos, afirmam ter visto e conversado com
a Virgem Maria. Esse fato é relembrado no filme durante as conversas entre a hoje
Irmã Lúcia (Sonia Braga) e Nichols (Harvey Keitel), professor de teologia que
pretende escrever um livro sobre o ocorrido. Além das aparições, o filme destaca
as pressões psicológicas que as crianças sofreram depois de terem anunciado as
aparições. Autoridades do governo português, assim como padres e bispos, tentaram
desmentir as crianças, mas o povo crente acreditou no milagre, transformando
Fátima, até hoje, em um dos principais lugares de peregrinação. Anos depois, a Igreja
Católica validou a visão dos pastores. As filmagens aconteceram na aldeia de
Cidadelhe, em Fátima, Coimbra e na Tamada de Mafra, reunindo em algumas cenas
centenas de figurantes. Outro destaque do filme diz respeito às mensagens da
Virgem Maria para as crianças, entre as quais “Rezem pelo fim da guerra. O
mundo precisa de paz” – lembro que nessa época estava acontecendo a Primeira
Guerra Mundial, envolvendo vários países, inclusive Portugal. Além de Sonia
Braga e Harvey Keitel, estão no elenco Stephanie Gil (Lúcia criança), Alejandra
Howard (Jacinta), Jorge Lamelas (Francisco), Joana Ribeiro (Virgem Maria),
Joaquim de Almeida (padre Ferreira), Goran Visnjic (Arturo, prefeito de Fátima),
Marco D’Almeida (Antonio, pai de Lúcia) e Lúcia Moniz (Maria Rosa, mãe de
Lúcia). Lembro que o diretor italiano Marco Pontecorvo é filho do também cineasta Gillo Montecorvo (1919-2006), responsável por clássicos como “A
Batalha de Argel” (1966) e “Queimada!” (1969), entre tantos outros. Resumo da
ópera: “Fatima” é um filme tocante e emocionante, com ótimo elenco e uma
primorosa reconstituição de época. Na minha opinião, só tem um defeito (ou um
pecado): a escalação de Sonia Braga para o papel de Irmã Lúcia, que ficaria
melhor com uma atriz mais velha.
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