Depois de assistir “CONQUISTA”
(“VANQUISH”), 2021, EUA, disponível na plataforma Amazon Prime Video,
1h36m, fiquei com vontade de ligar para o ator Morgan Freeman e perguntar por
que ele topou fazer esse enorme abacaxi. Certamente não foi por necessidade de grana,
pois Freeman é um ator consagrado de Hollywood e já deve ter feito um belo pé-de-meia.
Ou quem sabe por amizade com o diretor George Gallo, com quem tinha feito outra
bomba monumental em 2019: “Rosa Venenosa” – que tinha também como cúmplice John
Travolta. Neste “Conquista”, Freeman é o policial Damon, aposentado por invalidez
e preso a uma cadeira de rodas depois de receber um tiro. O filme já começa
mal: como é que um policial tão condecorado e respeitado mora numa mansão
espetacular, literalmente de cinema? E logo de cara vem a resposta: ele lidera uma gangue de policiais corruptos acostumados a extorquir dinheiro de
traficantes. Mas o absurdo não para por aí. Damon contratou como sua cuidadora
uma ex-traficante pertencente à máfia russa, Victoria (Ruby Rose), que tem uma
filha, a pequena Lily (Juju Journey Brener), que sofre de uma doença grave – ninguém
explica qual. Enquanto preparava uma salada na cozinha, Victoria recebe de
Damon um pedido: ser a mensageira para pegar dinheiro de extorsão de cinco quadrilhas
de traficantes. De início, ela não aceita o trabalho, pois prometeu a si mesma
não voltar para o crime, mas então Damon sequestra sua filha e só admite
soltá-la depois que Victoria termine o trabalho. E por aí vai essa história
mirabolante, de uma credibilidade que chega a insultar a nossa inteligência. Mas
o pior ainda está por vir, em uma surpreendente reviravolta no desfecho, no mínimo
dura de engolir e tão crível quanto a palavra de um político. Abro um parêntese
para destacar a atriz, modelo e DJ australiana Ruby Rose. Aliás, considerá-la
atriz é no mínimo ofender a classe. Com seu jeito macho de ser (fazer papel de
mãe, então, é um disparate) – Ruby é lésbica na vida real –, ela fez sucesso
quando apareceu na série “Orange is the New Black”, da Netflix, e passou a receber
convites para atuar em outras séries e filmes. Bem, voltando ao “Conquista”, a
melhor definição eu ouvi numa live do crítico Waldemar Dalenogare Neto
no YouTube: “O filme extrapola todos os limites da paciência humana”. Realmente,
trata-se de um acinte cinematográfico capaz de despertar os instintos mais primitivos
e assassinos de qualquer cinéfilo. Sem dúvida, o pior filme de 2021.
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