sábado, 6 de fevereiro de 2021

 

TODOS OS MEUS AMIGOS ESTÃO MORTOS (“WSZYSCY MOI PRZYJACIELE NIE ZYJA”), 2020, Polônia, 1h36m, produção original Netflix, filme de estreia no roteiro e direção de Jan Belcl. E que estreia sensacional desse jovem cineasta polonês, de apenas 28 anos. O filme é uma comédia maluca e muito divertida, repleta de situações hilariantes e diálogos espertos, um misto de humor negro e besteirol. O ritmo é alucinante, do começo ao fim. O filme tem seu início - e o humor também - quando dois detetives chegam a um casarão para investigar um verdadeiro massacre. Dezenas de cadáveres estão espalhados por todos os cômodos. O que teria acontecido? O filme volta à noite anterior e tem início um longo flashback que vai mostrar tudo o que aconteceu, desde a chegada dos convidados até o trágico desfecho. Era a festa de réveillon e a ordem é liberar geral, com muita bebida, drogas e, principalmente, sexo à vontade. Todos são muito jovens, com exceção de uma fogosa “coroa” de 40 anos que namora um rapaz com metade de sua idade. O filme destaca alguns personagens em especial, como é o caso do jovem que pretende pedir a namorada em casamento, duas irmãs ninfomaníacas, uma maluquete metida a vidente, um francês católico que tem visões de Jesus no meio dos convidados, um entregador de pizza que invade a festa para cobrar a encomenda, casais gays e lésbicas, entre tantos outros. Dois rapazes sentados num banco, fora da casa, observam tudo, mas não entendem nada, já que estão pra lá de Bagdá, totalmente chapados de maconha. A carnificina começa a partir de um tiro acidental  de pistola que mata o dono da casa. Aí ninguém segura ninguém. O sangue jorra por tudo que é lado, inclusive num quadro no corredor. Um jovem passa por ele e vê todo aquele sangue respingado, acreditando que é obra do pintor norte-americano Jackson Pollock. Outro destaque do filme é a deliciosa trilha sonora, recheada com hits norte-americanos da época das discotecas. A maioria dos críticos fez elogios ao filme, alguns comparando-o a “American Pie” e "Pulp Fiction”. Discordo. O filme polonês é único, ainda mais irreverente e criativo. Imperdível!           

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