BOI, 2019, Espanha, 1h51m,
roteiro e direção de Jorge M. Fontana (seu filme de estreia). É um suspense ambientado
em Barcelona, cujo enredo acompanha a trajetória do jovem Boi (Bernat Quintana) em seus
primeiros dias como motorista de aplicativo destinado a atender passageiros VIPs,
enquanto sua carreira como escritor não decola. Sua vida particular está um
caos. Ele mora com a tia que tem problemas mentais, com a cadela de estimação
Matilda e com a namorada Anna (Miranda Gas), que, quando descobriu que estava
grávida, simplesmente desapareceu. Tudo isso ficou em segundo plano a partir do
momento em que Boi é enviado ao aeroporto para pegar dois empresários chineses,
Gordon (Adrian Pang) e Michael (Andrew Lua). Aqui vale destacar a tendência do
roteirista e diretor em colocar nomes estranhos em seus personagens, a começar
pelo principal. Em segundo lugar, os nomes ocidentais escolhidos para os
chineses. Com suas idas e vindas transportando os asiáticos por vários locais
de Barcelona, Boi começa a desconfiar de que algo muito perigoso envolvia os
negócios dos empresários. Não pense que o filme dará explicação do que aconteceu
ou que está acontecendo. Você terá que adivinhar, e duvido que consiga chegar a
alguma conclusão, como eu também não cheguei. Isso tudo é fruto da pretensão do
roteirista e diretor Jorge M. Fontana em transformar “Boi” num filme cult, original
e diferente. Mas não conseguiu, principalmente por causa de um roteiro confuso
e incoerente. Piorou ainda mais quando acrescentou alguns diálogos filosóficos
e reflexões tão profundas quanto um pires. O filme foi lançado nos cinemas da
Espanha em março de 2019 e logo depois estreou na Netflix, onde permanece
disponível. Com relação aos críticos, o filme dividiu opiniões. Alguns
escreveram que “Boi” não passa de um exercício intelectual mal sucedido – o que
também é minha opinião. Para outros críticos, o filme é esteticamente interessante
e original. Ou seja, não é para qualquer público, o que também concordo.
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