“O
GAMBITO DA RAINHA” (“THE QUEEN’S GAMBIT”), 2020, minissérie de 7 capítulos de 1 hora produzida
pela Netflix, roteiro e direção de Scott Frank. Logo que estreou na Netflix no
dia 23 de outubro, a minissérie ganhou elogios no mundo inteiro, tanto de
críticos de cinema como do público. Para se ter uma ideia de sua qualidade, até
o rigoroso site Rotten Tomatoes, especializado em cinema, conferiu a ela 100%
de aprovação, o que é uma raridade. Realmente, vale a pena assistir. A história, fictícia, é baseada
no romance “The Queen’s Gambit”, do escritor norte-americano Walter Tevis
(1928-1984). Vamos à sinopse. Aos 9 anos, em 1957, após a morte trágica da mãe,
Beth Harmon é internada num orfanato. Encarregada de limpar os apagadores da
lousa da classe, ela desce diariamente ao porão, onde encontra o zelador, sr. Shaibel
(Bill Camp), jogando xadrez sozinho. Beth pede que ele a ensine o jogo. Depois de
negar inúmeras vezes, Shaibel concordou em ensiná-la. Logo ele percebeu que
estava diante de um fenômeno, de uma inteligência rara, uma verdadeira campeã
em potencial. Ao mesmo tempo em que aprendia os movimentos do xadrez, Beth (Anya
Taylor-Joy) ficaria viciada em tranquilizantes, que roubava da farmácia do orfanato.
As pílulas levavam o seu cérebro a ter alucinações e, como num efeito holográfico,
ela via um tabuleiro no teto do seu quarto movendo as peças e criando várias
jogadas. Para resumir a história, Beth foi adotada por um casal e aos 13
anos já era campeã universitária, estadual e logo depois nacional. Sua fama
chegou aos quatro cantos do mundo, o que lhe rendeu inúmeros convites para
participar de torneios internacionais, enfrentando e vencendo jogadores
profissionais, ou seja, os grandes mestres do xadrez. O maior objetivo de Beth
seria enfrentar o russo campeão mundial Vasily Borgov (Marcin Dorocinski), o
que aconteceria em duas ocasiões. Como o título já antecipa – gambito da rainha
é uma das aberturas (jogadas iniciais) do jogo -, o filme é quase todo voltado
para o que gira em torno do xadrez e a dedicação exigida por parte dos
jogadores, envolvendo estudos e treinos diários, trabalho psicológico para
aguentar a pressão das partidas e suas, em geral, tumultuadas vidas pessoais. No
caso de Beth Harmon, por exemplo, o vício em álcool e tranquilizantes, além de
uma crónica solidão. Não há dúvida de que o sucesso da produção deve ser
atribuído, em grande parte, ao desempenho sensacional da jovem atriz norte-americana
Anya Taylor-Joy (“Os Novos Mutantes”, “Fragmentado”) como Beth Harmon. O mais curioso é que a atriz, antes de atuar na minissérie, nunca havia jogado xadrez. Ainda estão no elenco Marielle Heller, Thomas Brodie, Harry Melling, Moses Ingram, Chloe Pirrie e Christiane Seidel. Mesmo que você não seja fã do jogo de xadrez, a minissérie tem tudo para agradar. Quem
joga ou jogou xadrez, ou pelo menos se interessa pelo tema, “O Gambito da
Rainha” é entretenimento garantido, emocionante do começo ao fim - e veja que estamos falando de xadrez.... Sem dúvida, uma verdadeira jogada de mestre da Netflix. Não exagero em escrever que esta é a melhor minissérie do ano. IMPERDÍVEL com letras maiúsculas.
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