“MARY
SHELLEY”,
2018, Inglaterra, 2h00, roteiro e direção da cineasta saudita Haifaa Al
Mansour. Trata-se de uma adaptação para o cinema da biografia de Mary
Wollstonecraft Godwin (1797-1851), que mais tarde seria conhecida como a
escritora Mary Shelley, criadora do monstro Frankenstein. Filha do escritor e
filósofo William Godwin e da escritora Mary Wollstonecraft, Mary cresceu lendo
os livros da imensa biblioteca dos pais e logo cedo começou a escrever,
dedicando-se a histórias de terror. O filme destaca o tumultuado romance entre
Mary (Elle Fanning) e o poeta Percy Shelley (Douglas Booth), um escândalo na Londres
da época, pois ela só tinha 16 anos. Para complicar ainda mais a situação, sua
irmã Claire (Bel Powley), que passou a morar com o casal, também seria motivo
de outro escândalo como amante do famoso poeta Lord Byron (Tom Sturridge). Em
meio a tanta agitação, Mary encontrou tempo para escrever o romance que
intitulou de “Frankenstein ou o Jovem Prometeu”, considerado até hoje o primeiro
romance de ficção científica da literatura mundial. Interessante que, em sua
primeira edição, o livro foi assinado pelo marido Percy Shelley, pois na época
mulher escritora era quase um escândalo. Somente na segunda edição é que Mary
aparece como autora. O filme apresenta uma primorosa recriação de época, com cenários
de uma Londres onde a pobreza era evidente nas ruas. Mas o grande destaque é
realmente a atuação da jovem atriz norte-americana Elle Fanning, irmã mais nova
da também atriz Dakota Fanning. “Mary Shelley” deve ser visto não apenas como
uma boa adaptação biográfica, mas também como um estudo comportamental de uma
época em que a mulher era relegada a segundo plano na sociedade. Filmaço!
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