terça-feira, 27 de outubro de 2020

 

“MARY SHELLEY”, 2018, Inglaterra, 2h00, roteiro e direção da cineasta saudita Haifaa Al Mansour. Trata-se de uma adaptação para o cinema da biografia de Mary Wollstonecraft Godwin (1797-1851), que mais tarde seria conhecida como a escritora Mary Shelley, criadora do monstro Frankenstein. Filha do escritor e filósofo William Godwin e da escritora Mary Wollstonecraft, Mary cresceu lendo os livros da imensa biblioteca dos pais e logo cedo começou a escrever, dedicando-se a histórias de terror. O filme destaca o tumultuado romance entre Mary (Elle Fanning) e o poeta Percy Shelley (Douglas Booth), um escândalo na Londres da época, pois ela só tinha 16 anos. Para complicar ainda mais a situação, sua irmã Claire (Bel Powley), que passou a morar com o casal, também seria motivo de outro escândalo como amante do famoso poeta Lord Byron (Tom Sturridge). Em meio a tanta agitação, Mary encontrou tempo para escrever o romance que intitulou de “Frankenstein ou o Jovem Prometeu”, considerado até hoje o primeiro romance de ficção científica da literatura mundial. Interessante que, em sua primeira edição, o livro foi assinado pelo marido Percy Shelley, pois na época mulher escritora era quase um escândalo. Somente na segunda edição é que Mary aparece como autora. O filme apresenta uma primorosa recriação de época, com cenários de uma Londres onde a pobreza era evidente nas ruas. Mas o grande destaque é realmente a atuação da jovem atriz norte-americana Elle Fanning, irmã mais nova da também atriz Dakota Fanning. “Mary Shelley” deve ser visto não apenas como uma boa adaptação biográfica, mas também como um estudo comportamental de uma época em que a mulher era relegada a segundo plano na sociedade. Filmaço!  

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